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Inscritos em “Live do Conhecimento” com Sidarta Ribeiro concorrem a quatro exemplares de “O Oráculo da Noite”

A mediação do papo sobre “Saúde mental em tempos de pandemia” será feita pela estudante de Medicina da Unifor Raquel Queiroz 


“O Oráculo da Noite: a história e a ciência do sonho”, escrito por Sidarta Ribeiro e lançado em 2019.
“O Oráculo da Noite: a história e a ciência do sonho”, escrito por Sidarta Ribeiro e lançado em 2019.

O neurocientista e vice-diretor do Instituto do Cérebro, Sidarta Ribeiro, conversa com a estudante de Medicina da Universidade de Fortaleza, Raquel Queiroz, nesta terça-feira, às 19h30. Que medidas podemos adotar para contribuir com nossa própria saúde mental em meio a uma pandemia? O ideal é equilibrar o consumo de informações relacionadas à Covid-19 com momentos para cuidar de si? Essas são algumas questões que Sidarta e Raquel vão abordar durante a próxima “Live do Conhecimento”. O papo começa às 19h30 desta terça-feira, 27 de abril, e será transmitido pelos canais da Unifor nas redes sociais e pelo Youtube da TV Unifor. Os participantes que se inscreverem na live podem concorrer a quatro exemplares físicos do livro “O Oráculo da Noite: a história e a ciência do sonho”, escrito pelo neurocientista e lançado em 2019.

Sidarta é bacharel em Ciências Biológicas pela Universidade de Brasília (1993), mestre em Biofísica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1994), Doutor em Comportamento Animal pela Universidade Rockefeller (2000) com Pós-Doutorado em Neurofisiologia pela Universidade Duke (2005). 


 

Veja um pequeno trecho de como será a conversa entre o neurocientista e a estudante do último semestre de Medicina, que participou recentemente de evento online com Mary-Britt Moser, cientista que recebeu o Prêmio Nobel de Medicina em 2014.

Raquel Queiroz - Estamos em um momento de pandemia, é compreensível a busca constante sobre informações relacionadas ao coronavírus ou à doença COVID-19. Entretanto, o excesso de informações relacionadas à pandemia, associado ao isolamento social, pode ser prejudicial à saúde mental. Você concorda com esse raciocínio? Qual a real importância, neurocientífica e neuropsicológica, ao buscar consumir variados assuntos e conhecimentos?

Sidarta Ribeiro - Um ditado popular ajuda a responder esta questão: tudo demais é muito. Alienar-se da evolução cotidiana de um evento planetário como a pandemia seria uma irresponsabilidade pessoal e cívica, ainda mais no contexto de descontrole sanitário instalado no Brasil. Por outro lado, adoecer pelo consumo excessivo de notícias ruins também é irresponsável, consigo e com os outros. Uma dieta equilibrada de informações de qualidade, associada a sono, alimentação e exercícios de boa qualidade, são fatores essenciais para uma cidadania plena e saudável.

Raquel Queiroz - No artigo Seeing with the eyes shut: Neural basis of enhanced imagery following ayahuasca ingestion, você comprovou a capacidade da substância de ativar as áreas da visão, da memória e da intenção. Quais os possíveis benefícios medicinais da ayahuasca? Quais patologias poderão ser combatidas futuramente com o uso dessa substância?

Sidarta Ribeiro - O autor principal deste trabalho é o neurocientista cearense Dráulio de Araújo, colega no Instituto do Cérebro da UFRN e irmão por afinidade desde a adolescência. Nosso primeiro artigo pesquisando ayahuasca foi este que você destaca, sobre as bases neurais do fenômeno da “miração”, uma forte experiência imagética que pode ocorrer em rituais de certos povos indígenas como os Huni Kuin, Yawanawá e Ashaninka, nas religiões ayahuasqueiras sincréticas, como União do Vegetal, Santo Daime e Barquinha, bem como no crescente movimento neoxamânico. Diversos outros artigos publicados pelo grupo de pesquisa do Prof. Dráulio, bem como Prof. Jaime Hallak e outros pesquisadores da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto, demonstram os potentes efeitos antidepressivos da ayahuasca. A ayahuasca também é útil para tratar casos de uso problemático de substâncias, como alcoolismo. Tais efeitos terapêuticos parecem estar associados à capacidade das substâncias psicodélicas de produzirem um aumento de conexões sinápticas e a gênese de novos neurônios. A ayahuasca tem grande potencial, atualmente sendo explorado por cientistas como Stevens Rehen da UFRJ/IDOR e Luís Fernando Tófoli da UNICAMP, para o tratamento de patologias relacionadas à morte neuronal e à poda sináptica, como o mal de Alzheimer e a doença de Parkinson.

Lives do Conhecimento

Desde que teve início o isolamento social como medida de proteção à atual pandemia, o projeto “Lives do Conhecimento” vem realizando a difusão do conhecimento nas plataformas de comunicação oficiais da Universidade de Fortaleza, uma instituição da Fundação Edson Queiroz.
O projeto estimula o intercâmbio de informações nas mais diversas áreas, sempre trazendo grandes nomes do pensamento contemporâneo, nacionais e internacionais, para participar dos debates virtuais. As “Lives do Conhecimento” reforçam a missão da Universidade de Fortaleza de promover o ensino de qualidade, a pesquisa e a extensão em vários campos do conhecimento. Confira aqui as edições anteriores do projeto.

Nesta edição do projeto, os participantes inscritos concorrem ao livro físico “O Oráculo da Noite”, no qual o autor parte de informações históricas, antropológicas, psicanalíticas e literárias para compor uma narrativa instigante sobre a ciência e a história do sonho. A obra conta ainda com referências mais atualizadas da biologia molecular, da neurofisiologia e da medicina sobre o tema.

Serviço:

Lives do Conhecimento
Data: 27 de abril de 2021
Horário: 19h30
Tema: "Saúde mental em tempos de pandemia"
Convidado: Sidarta Ribeiro
Mediação: Raquel Queiroz
Transmissão: Redes sociais da Universidade de Fortaleza (YouTube, Instagram e Facebook) e TV Unifor (YouTube e canal 181 da NET)