null Unifor participa da apresentação de resultados do projeto Cientista-Chefe, do Ministério Público do Ceará

Ter, 28 Março 2023 17:24

Unifor participa da apresentação de resultados do projeto Cientista-Chefe, do Ministério Público do Ceará

Docentes e alunos da Universidade de Fortaleza desenvolvem plataformas digitais a partir de inteligência artificial


O projeto Cientista-Chefe do MPCE visa desenvolver pesquisas para identificar as principais tarefas que podem ser automatizadas na elaboração de peças processuais de caráter repetitivo dentro do órgão (Foto: Arquivo pessoal)
O projeto Cientista-Chefe do MPCE visa desenvolver pesquisas para identificar as principais tarefas que podem ser automatizadas na elaboração de peças processuais de caráter repetitivo dentro do órgão (Foto: Arquivo pessoal)

O Laboratório de Inovação (Lino) do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) apresentou, na última segunda-feira (27), em evento no Plenário dos Órgãos Colegiados da Procuradoria Geral de Justiça, resultados de projetos desenvolvidos pela unidade. O momento contou com a presença do Procurador-Geral de Justiça (PGJ), Manuel Pinheiro, além de membros, servidores, colaboradores e estagiários do MPCE e representantes de órgãos como universidades e secretarias de Governo.

O PGJ destacou a importância do projeto Cientista-Chefe durante a pandemia de Covid-19. Para Pinheiro, o trabalho baseado na análise de dados científicos permitiu que o Ceará se tornasse referência durante o período. “Isso nos deu tranquilidade para tomar decisões muito acertadas que salvaram a vida de milhares de cearenses”, exemplificou.

Manuel ressaltou ainda que a ciência foi e é valorizada no Estado do Ceará. “A capacidade que o Ministério Público vai ter e está tendo nas suas funções depende muito da nossa capacidade de saber usar, com inteligência, os recursos tecnológicos para potenciar nossa atuação e fazer a diferença na vida das pessoas”, salientou.

O projeto Cientista-Chefe do MPCE visa desenvolver pesquisas para identificar as principais tarefas que podem ser automatizadas na elaboração de peças processuais de caráter repetitivo dentro do Ministério Público estadual, bem como promover a automação da detecção de indícios de conduta criminosa, com foco em crimes cometidos por organizações criminosas, enriquecimento ilícito, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e fraude à licitação.

A iniciativa é fruto de parceria com o programa homônimo da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), do qual a Universidade de Fortaleza (Unifor), da Fundação Edson Queiroz, faz parte. Além de docentes da instituição de ensino superior, também estão engajados bolsistas de doutorado, mestrado e estudantes de graduação coordenados pelo professor Napoleão Nepomuceno, do Programa de Pós-Graduação em Informática Aplicada (PPGIA) da Unifor. A condução do programa no MPCE está sob a responsabilidade do Laboratório de Inovação (Lino).


(Foto: Arquivo pessoal)

Como cientista-chefe e professor do PPGIA da Unifor, Vasco Furado considera que projetos dessa natureza permitem que alunos de graduação e pós-graduação tenham contato com problemas reais e se sintam atores importantes na resolução dos conflitos. “Além disso, o projeto usa técnicas de Inteligência Artificial como reconhecimento de imagens, compreensão de textos e reconhecimento de áudios”, complementa o docente.

Já para o professor Napoleão Nepomuceno, o projeto com o MPCE é uma oportunidade única de adquirir e de aplicar o conhecimento acadêmico para resolver problemas de grande impacto econômico e social. “O intuito é combinar as expertises das instituições para aprimorar as funções de investigação e de processamento judicial do Ministério Público, corroborando assim com o cumprimento de sua missão de defender os interesses da sociedade e garantir os direitos dos cidadãos”, destaca.

Parceria premiada

A parceria da Unifor com o programa Cientista-Chefe, do Governo do Ceará, rendeu em dezembro do ano passado o primeiro lugar no Prêmio CNMP 2022, do Conselho Nacional do Ministério Público, na categoria “Investigação e Inteligência”, para o Portal de Exploração de Evidências Digitais (PEED). Desenvolvido no âmbito do programa, o portal é uma ferramenta que utiliza Inteligência Artificial para aperfeiçoar o processo de investigação criminal. A ferramenta digital automatiza o cruzamento de dados de diversas fontes de informação e permite explorar evidências digitais com maior agilidade, uma vez que envolve um grande volume de dados, como textos, fotos e áudios.