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Sex, 14 Abril 2023 14:15

Em comemoração pelos 50 anos, Unifor recebe exposição “Naza na Natureza”

A mostra poderá ser conferida por meio de óculos de realidade virtual e, de forma presencial, em árvores no campus da Universidade


Parte das obras da artista plástica tem como tema animais em extinção, para chamar a atenção das pessoas sobre a necessidade de preservação do meio ambiente (Foto: Divulgação)
Parte das obras da artista plástica tem como tema animais em extinção, para chamar a atenção das pessoas sobre a necessidade de preservação do meio ambiente (Foto: Divulgação)

A Universidade de Fortaleza, instituição de ensino da Fundação Edson Queiroz, recebe, a partir de 5 de junho de 2023 (segunda-feira), a exposição “Naza na Natureza”, da artista plástica piauiense radicada nos Estados Unidos, Naza Mcfarren. A mostra poderá ser apreciada de duas formas: fisicamente por meio de intervenção artística no campus da Unifor com o envelopamento de árvores com obras da artista, sobretudo no entorno da Reitoria, e com óculos de realidade virtual no Espaço Cultural Unifor. A exposição integra a programação especial comemorativa pelos 50 anos da instituição, celebrados no dia 21 de março.

Acerca das suas criações, Naza afirma que pode pintar sobre qualquer assunto, contanto que tenha a liberdade de seguir suas emoções. Entre as temáticas presentes em seu acervo está a natureza, sua fauna e flora. “Para mim, ser um artista significa ser livre para deixar fluir as emoções sobre um certo modelo/assunto. Parte de minha produção artística tem como tema animais em extinção. Faço isso para chamar a atenção das pessoas para a necessidade de preservar o meio ambiente. É por esse mesmo motivo que decidi fazer a exposição presencial nas árvores”, explica a pintora.

Na exposição no campus da Universidade, Naza “vestirá” os troncos de 20 árvores com arte em tecido criada especialmente para elas. Uma pintura saúda o visitante ao nível dos olhos, e extensões dela continuam acima (até 5 metros de altura), abaixo e nas laterais. Cada embalagem começa com uma foto de alta resolução de uma pintura ou arte digital. O tecido é elástico, altamente respirável e não fará mal à árvore durante os meses de instalação. “Precisava de alguém no lugar certo para acreditar nisso”, comenta a artista.

A segunda parte do projeto envolve uma versão computadorizada da exposição em 3D, para ser visitada por pessoas de todo o mundo. A ideia está sendo desenvolvida pelo laboratório Vortex, que é mantido pela Diretoria de Tecnologia (DTec) da Unifor, que também está investindo em óculos 3D para os visitantes locais. Enquanto um espectador experimenta a exibição com óculos, outras pessoas na sala poderão mergulhar em uma versão 2D em uma tela grande. A iniciativa inovadora e pioneira desta exposição possibilitará que qualquer exposição de arte da Unifor seja transformada em 3D para pessoas de todo o mundo visualizarem online.

Técnicas

Em suas obras, a artista opõe abstração e realismo para transmitir a forma como pontos de vista opostos interagem. Nas criações em que usa óleo sobre tela, Naza inicia com uma abordagem completamente abstrata, depois trabalha para fazer com que certos elementos se assemelhem a objetos, eventos ou seres vivos reconhecíveis, ou começa na direção oposta: cria rapidamente uma imagem muito realista e, antes que seque, ela a abstrai. 

“A ideia é pintar não apenas um determinado assunto, mas também minha própria percepção do que está acontecendo com ele, como ele influencia seu ambiente e como é influenciado por ele. Assim, cada obra de arte é como um evento. Não há camadas extras e a textura é insignificante. As únicas ferramentas usadas no processo de pintura são pincéis e um pedaço de pano para limpar certas áreas. Os únicos materiais são tinta a óleo e diluentes. A maior parte da textura aparente do trabalho final é uma ilusão obtida com o uso de claro e escuro”, detalha a pintora.


Naza Mcfarren (Foto: Divulgação)

Em suas peças de arte digitais, Naza usa pincéis virtuais. Para cada detalhe, escolhe o tamanho e o formato do pincel; quão úmido ou seco ela deseja que o traço seja; quanta pressão quer usar; quão transparente; quão macio, entre outros atributos. Ela não faz uso de nenhuma ferramenta automática, como filtros, brilho ou sombras. De tempos em tempos, acrescenta uma ilusão de textura que, então, distorce e/ou aumenta, o que escolhe fazer naquele momento.
 
“Quer eu esteja pintando a óleo ou usando o computador, meu estilo é o mesmo. Ainda me oponho à abstração e ao realismo como a coexistência de pontos de vista opostos; continuo colocando o assunto principal dentro e misturado com o fundo, ao invés de na frente dele; em última análise, são as emoções que me guiam no processo de fazer arte”, sublinha Naza.

Trajetória única de uma artista

A trajetória desta pintora brasileiro-americana é realmente única. Quando criança, desenhava com carvão nas calçadas de sua cidade natal, Santa Cruz do Piauí. Estudou em várias partes do Brasil e, aos 21 anos, começou sua carreira artística em Brasília.

De Brasília foi para Campo Grande (MS), depois para Fortaleza e Recife, sempre pintando e expondo seu trabalho, inclusive no Museu de Arte de São Paulo (MASP). Em 1985, mudou-se para os Estados Unidos. Entre os lugares onde morou está o Panamá, onde foi contratada para pintar a família Noriega em meio às turbulências pré-guerra do final da década de 1980.

Ainda nos anos 1980, morou na área de Washington, DC, onde Naza começou a desenvolver seu estilo particular intitulado “abstracted realism”, técnica pela qual ela é conhecida. Uma mudança na vida privada fez com que ela passasse três anos na Carolina do Norte, de onde mudou-se para a Flórida em 1993. Em Boca Raton, abriu um ateliê/galeria e se tornou conhecida por seu envolvimento com causas sociais e ambientais, tanto no condado de Palm Beach como em todo o sul da Flórida.


Flor do Piauí, óleo sobre tela

Entre outros prêmios, a artista ganhou o prêmio Mulher do Ano (Boca Raton), prêmio Croix D’Argent (Le Mérite Dévouement Français) em Paris (França), Comenda Renascença (do Governo do Piauí), chave da cidade de Boca Raton e outras honrarias. A pintora foi escolhida para pintar o quadro que o Presidente Barack Obama presenteou a Presidente Dilma Rousseff.

Sua arte foi publicada em diversos livros, revistas e jornais em várias línguas, inclusive livros didáticos usados em escolas dos Estados Unidos. Entre seus colecionadores estão Neyde e Viviane Senna, Roberto Carlos, o Presidente Bill Clinton, Ivana Trump, Brigitte Bardot, Maurício de Sousa, o ex-Chanceler Airton Queiroz e outras personalidades.

Unifor 50 anos

A Universidade de Fortaleza, da Fundação Edson Queiroz, chegou aos 50 anos em 21 de março deste ano. Nesse meio século de existência, a instituição formou mais de 110 mil profissionais de excelência em todas as áreas do conhecimento, contribuindo não só para a formação técnica, mas também humana desses indivíduos. 

Ao longo desse período, a Universidade tem acumulado várias experiências exitosas no ensino, na pesquisa e na extensão, com credibilidade e reconhecimento nacional e internacional; a Unifor é atualmente a melhor instituição particular de ensino superior das regiões Norte e Nordeste, segundo o ranking britânico Times Higher Education (THE). 

+ Confira aqui toda a programação dos 50 anos da Unifor

Serviço

Exposição “Naza na Natureza”
Local: Espaço Cultural Unifor (Av. Washington Soares, 1321 – Campus da Unifor) e árvores no entorno da Reitoria da Unifor
Abertura: 5 de junho de 2023, às 10h
Local: Espaço Cultural Unifor, Núcleo Diálogo. Em seguida, visita guiada com a artista
Visitação gratuita: 

  • Espaço Cultural Unifor - terça a sexta, das 9h às 19h, e aos sábados e domingos, das 12h às 18h
  • Exposição nas árvores - segunda a sexta, das 6h às 23h, e aos sábados, das 6h às 18h