Curso de Cinema e Audiovisual da Unifor participa com três filmes na 26ª Mostra Tiradentes

ter, 17 janeiro 2023 14:56

Curso de Cinema e Audiovisual da Unifor participa com três filmes na 26ª Mostra Tiradentes

Filmes de estudantes e egressos da graduação compõem a programação do festival audiovisual mineiro


Atriz Layla Sah no curta
Atriz Layla Sah no curta "Quinze Primaveras" (Foto: Arquivo Pessoal/Leão Neto)

Realizações audiovisuais do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade de Fortaleza, instituição de ensino da Fundação Edson Queiroz, compõem a programação da 26ª edição da Mostra de Tiradentes.  "Quinze Primaveras" (Direção: Leão Neto) e "Do Tanto de Telha no Mundo" (Direção: Bruno Brasileiro ) compõem a Mostra Panorama e "Mecanismo", fotomontagem dos alunos Isaac Morais, Gabriel Lima e Maria Beatriz estão na Mostra Formação. O Festival de Tiradentes, um dos mais importantes do país, acontece de 20 a 28 deste mês de janeiro, reunindo 93 curtas-metragens de 18 estados brasileiros, em nove mostras temáticas. Também será exibido virtualmente através da plataforma oficial.

Os três filmes da Unifor são resultados de processos de formação, desenvolvidos no âmbito do curso de Cinema e Audiovisual.  "Quinze Primaveras", que participa da Mostra Curta na Praça e concorre ao Troféu Barroco do júri popular, é o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Leão Neto, que teve orientação da professora e cineasta Lis Paim

A história retrata as reflexões e sentimentos da personagem Ravena, interpretada pela atriz Layla Sah, enquanto mulher transgênero, a partir de fotos e vídeos de seu aniversário de quinze anos. "Pra mim é uma honra estar representando o Ceará nessa nova safra de realizadores. Estou muito feliz do filme estar sendo exibido em praça pública e ser submetido a uma votação de júri popular. Eu acredito que o filme realmente tem essa linha de comunicabilidade muito forte, se comunica com um grande número de pessoas, então ter o filme nesse recorte da mostra é muito especial", comemora Leão Neto. 


Set de filmagens do curta-metragem "Do Tanto de telha no Mundo" (Foto: Arquivo Pessoal/Bruno Brasileiro)

O curta-metragem "Do Tanto de Telha no Mundo", dirigido por Bruno Brasileiro, participa da Mostra Panorama, principal programa do Festival de Tiradentes. Com um roteiro sobre uma história de encontros e despedidas, o filme foi desenvolvido no Cine Experiência Lab, um processo inédito de formação e criação, desenvolvido de forma imersiva, durante três semestres do curso de Cinema e Audiovisual da Unifor. "Surgiu de muita saudade de dentro de mim, tanto da minha mãe quanto do meu interior, que na realidade é o Baixio", conta Bruno Brasileiro.  

O enredo acompanha Leo, interpretado por Mariano Nobre, que vai a Juatama visitar sua mãe, Cleide, interpretada pela atriz Ana Marlene, a quem não via há muito tempo. Enquanto Leo se prepara para revelar que ele está para se despedir, ambos terão de lidar com antigos conflitos que ocasionaram o afastamento dessa relação.  

"É nossa estreia nacional. É muito forte a gente chegar numa estreia em um festival tão importante e eu espero que seja o primeiro de muitos. Vai ser o meu primeiro festival também. Estou emocionado desde o momento em que eu recebi a notícia e esperando muito a hora de estar lá vendo o Telhinha sendo mostrado para outras pessoas", celebra o diretor Bruno Brasileiro.


Frame do filme "Saudações aos Cubanos" de 1963 (Dir. Agnes Varda) (Foto: Reprodução)

"Mecanismo", com direção dos alunos Gabriel Lima, Isaac Morais e Maria Beatriz, compõe a Mostra Formação. O filme foi composto nas atividades da disciplina de Montagem, ministrada pela professora e cineasta Lis Paim e consistia em criar uma nova história a partir de uma fotomontagem de imagens já pré-estabelecidas dos filmes "Saudações aos Cubanos" (1963) e "La Jetée" (1962), ambos da cineasta francesa Agnès Varda. O enredo gira em torno de uma viagem baseada no uso de uma substância. 

"Foi uma epifania de criação mesmo. A gente foi criando um novo universo, uma nova história a partir de experimentações governamentais e como a sociedade estava se comportando em relação a esses experimentos", conta o aluno Isaac Morais. 

Isaac Morais que pretende ser montador, transparece felicidade de ter uma produção audiovisual realizada em uma disciplina participando dessas oportunidades. "É uma sensação de que eu estou indo no caminho certo, que as coisas estão dando certo", celebra o aluno.  

Formação imersiva

A coordenadora do curso de Cinema e Audiovisual da Unifor, professora Bete Jaguaribe, acentua a importância de processos imersivos de criação. "Nossa matriz é ancorada em processos imersivos de formação, o que favorece a qualidade das experiências de realização. Os alunos criam e desenvolvem projetos, no âmbito dos nossos laboratórios, em um tempo mais largo, o que possibilita obras de artes mais maduras, com poéticas mais sensíveis", diz a professora, não escondendo a alegria de ver os alunos exibindo suas obras fílmicas nos circuitos de festivais.

"É um presente para professores e gestores, no ano em que nosso curso completa 15 anos”, lembra a Bete Jaguaribe.

Todas as informações sobre a Mostra de Tiradentes podem ser encontradas no site oficial