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Seg, 3 Outubro 2022 19:20

Formando cientistas e construindo o futuro

Com mestrado e doutorado em várias áreas do conhecimento, Unifor se consolida como espaço importante para a formação de pesquisadores e na produção científica no Ceará


Cientistas formados pela Unifor produzem diversas pesquisas interessantes para a sociedade, como o trabalho de Marina de Barros com a substância para tratamento de dor orofacial (Foto: Ares Soares)
Cientistas formados pela Unifor produzem diversas pesquisas interessantes para a sociedade, como o trabalho de Marina de Barros com a substância para tratamento de dor orofacial (Foto: Ares Soares)

Sem a produção científica de seus pesquisadores, o Brasil não seria hoje capaz de extrair petróleo nas águas mais profundas. Tampouco se destacaria por produzir energia limpa a partir de sol e vento. É com sua legião produtora de conhecimento que o país olha para frente, inova e cria a cada dia novas soluções para a sociedade – da saúde ao mundo da tecnologia, passando pelo universo jurídico.

O Ceará e a Universidade de Fortaleza, instituição vinculada à Fundação Edson Queiroz, têm assento importante neste trem da pesquisa e da produção científica. Formamos cientistas, sim, senhor! Dos laboratórios e blocos arborizados do campus, já saiu, por exemplo, a patente para uma substância que auxilia no tratamento contra a dor orofacial.

Aqui, estudantes de mestrado e doutorado também estão desenvolvendo de aplicativos contra a violência obstétrica à inteligência artificial para auxiliar o mundo jurídico. Foi da Unifor – quem não lembra? – que saiu uma grande contribuição para criar o famoso capacete Elmo, que ajudou milhares de pessoas infectadas pelo coronavírus a respirarem durante a pandemia.

+ Conhecimento a todo vapor! Pesquisas da Unifor chegam cada vez mais longe

Fábrica de conhecimento

As inúmeras pesquisas desenvolvidas na Unifor a levou a conquistar um feito inédito neste ano: o posto de segunda universidade do país mais citada em trabalhos acadêmicos segundo o THE, um dos mais relevantes rankings educacionais internacionais do mundo.

O resultado demonstra a qualidade e a relevância da pesquisa produzida na Unifor, ao mesmo tempo em que destaca a excelência com a qual a Universidade vem formando os seus pesquisadores. A instituição oferta 11 programas de pós-graduação stricto sensu: seis acadêmicos com mestrados e doutorados, e cinco mestrados profissionais. As áreas contempladas são diversas.


A Pós-Unifor realiza diversos eventos, como as aulas magnas gratuitas e abertas ao público (Foto: Ares Soares)

“Nos mestrados e doutorados podemos dizer que são aperfeiçoados os conhecimentos, habilidades e atitudes dos pesquisadores”, afirma a professora Christina Praça, diretora de Pós-Graduação da Unifor. Em geral, os mestrados são mais focados em formar docentes para o ensino superior, já os doutorados formam pesquisadores. Ambos têm uma contribuição fundamental para as soluções do futuro.

A expertise da Universidade na pesquisa tem lhe rendido uma excelente avaliação da Capes, creditada à forte dedicação dos professores e colaboradores que fazem os programas. 

“Na Unifor, quase todos os programas subiram a nota, mostrando o avanço na qualidade de nossas pesquisas”, afirma o Vice-Reitor de Pesquisa da Universidade de Fortaleza, Milton Sousa. A conjuntura cearense na área também é animadora: a pesquisa tem avançado, haja vista o aumento das notas dos programas de pós-graduação nas universidades públicas e privadas.

Na experiência da pesquisa, um mundo de descobertas 

Os programas da Pós-Unifor contam com uma interlocução internacional com outras universidades capazes de ampliar as oportunidades dos alunos em viver diversas experiências de pesquisa, fortalecendo simultaneamente os horizontes da ciência. Afinal, pesquisadores de qualidade produzem conhecimento científico relevante.


“Para uma universidade ter programas de pós-graduação stricto sensu bem qualificados, significa contribuir de forma efetiva para o desenvolvimento da ciência na região e no país, impactando o mercado de trabalho e a sociedade”Christina Praça, diretora de Pós-Graduação da Unifor

Egressa comprova que substância da fruta-pão reduz a dor orofacial

A farmacêutica Marina de Barros sabe bem a importância de uma universidade que forma pesquisadores de excelência, afinal, viveu na pele essa experiência. Foi com ela, aliás, que conseguiu comprovar que uma substância extraída da fruta-pão poderia “valer ouro” pela sua capacidade de reduzir dores orofaciais causadas por vários tipos de patologias.

Mas vamos contar essa história do início. Algum tempo depois de concluir a graduação em ciências farmacêuticas e uma especialização em Cosmetologia, Marina decidiu retornar à universidade e mergulhar no mundo acadêmico.

Ingressou, então, na primeira turma de Mestrado em Ciências Médicas da Unifor. Foi lá que iniciou os experimentos pré-clínicos agudos e crônicos com a frutalina, retirada da fruta-pão, em ratos e camundongos, sob a orientação da professora Adriana Rolim. Chegou à dose adequada da substância, mas com aplicação subcutânea.

+ Pesquisa Unifor: Proteína vegetal contribui para tratamento de dor orofacial

Em busca de maior conforto aos pacientes durante a aplicação da substância, Marina resolveu aprofundar a pesquisa no Doutorado em Biotecnologia, pela Renorbio, também orientada pela professora Adriana. Lá, trabalhou para desenvolver uma nanocápsula, administrada via oral nos animais em testes.

Mais uma vez, conseguiu comprovar os benefícios. Ambos os trabalhos foram realizados sob supervisão da professora Ana Cristina Moreira. No doutorado, as nanocápsulas foram feitas com a ajuda do professor  ngelo Roncalli, seu co-orientador.

“A ideia de fazer a nanocápsula era justamente para atrair o interesse da indústria farmacêutica em produzir esse medicamento, uma vez que a via oral é a via mais confortável para o paciente”, conta.

Ao longo de seis anos de pós-graduação, Marina viu sua pesquisa ir longe. Conseguiu publicar dois artigos em revistas internacionais de alto fator de impacto, além de conquistar uma patente e uma premiação no programa EmergeLabs Eurofarma.


“A Unifor conta com um corpo docente altamente qualificado e excelente estrutura física que favorece a pesquisa. Os meus estudos foram desenvolvidos no Núcleo  de Biologia Experimental (Nubex) desta instituição, que é muito bem equipado, permitindo, assim, o desenvolvimento de grande parte dos experimentos contemplados nos meus projetos de mestrado e doutorado”Marina de Barros, egressa do Mestrado em Ciências Médicas da Unifor

Para ela, os programas de pós stricto sensu são de suma importância na vida dos profissionais, especialmente da área da saúde. Marina acredita que os cursos não só possibilitam aprofundar os conhecimentos como também fornecem um aprendizado específico e auxiliam os especialistas a atenderem melhor seus pacientes. Ela não se arrepende de ter escolhido a Unifor para seguir este caminho.

Com a força da internacionalização, sua pesquisa vai longe

Quem estuda na Unifor sabe que os caminhos para a internacionalização são uma realidade concreta, e isso não é diferente para quem escolheu o mundo acadêmico. Além de programas de dupla-titulação, os estudantes da pós são sempre estimulados a publicar em periódicos internacionais e terem esta vivência no exterior.

A Universidade oferece possibilidades de intercâmbios nacionais e internacionais, participações em missões técnicas no exterior, parcerias com renomadas instituições de ensino superior e de pesquisa no Brasil e em vários países, aulas com professores estrangeiros, entre outros. São vários os casos de alunos que fizeram doutorado-sanduíche no exterior a partir desses contatos entre professores da Unifor e pesquisadores estrangeiros.


“Na prática, muitos projetos de pesquisa na Unifor são desenvolvidos com professores estrangeiros parceiros. Isso facilita a mobilidade de nossos alunos e professores, bem como ajuda na produção científica internacional”Milton Sousa, Vice-Reitor de Pesquisa da Unifor

Levar pesquisa e ensino do Brasil para a Europa

A história do pesquisador Daniel Valente, que migrou do Ceará para a Holanda, é um exemplo deste contato frequente entre pesquisadores que estão atuando no Brasil e no exterior. Egresso de graduação, mestrado e doutorado da Unifor, Daniel é hoje professor e pesquisador do curso de Creative Media and Game Technologies na Saxion University of Applied Sciences

O contato com a universidade, porém, segue latente. “Sempre que possível, trabalho em projetos da Unifor em parceria com o Laboratório de Pesquisa e Inovação em Cidades (Lapin)”, conta.

Durante a graduação em Ciência da Computação na Unifor, Daniel já se interessava bastante pela área de computação gráfica e jogos. Concluiu o curso em 2010, quando o mercado local ainda não havia se expandido tanto.

Foi aí que decidiu entrar na pesquisa e continuar estudando e trabalhando com computação gráfica. Mergulhou no mestrado e, logo em seguida, entrou para o Doutorado em Informática Aplicada da Unifor, ambos em computação gráfica. 

“Entrei como docente na Unifor logo após terminar o doutorado e fui convidado para ser um dos coordenadores do Lapin, onde liderei projetos que envolviam computação gráfica, como realidade virtual e realidade aumentada”, celebra.

Daniel realizou sua pesquisa, juntamente com a orientadora Andréia Formico na área de efeitos visuais para jogos. Mais especificamente, buscava como gerar reflexos de forma realista e rápida (em paralelo na GPU, a Unidade de Processamento Gráfico), possibilitando o uso em jogos e aplicações em tempo real. 

Para isso, utilizou a técnica de Ray Tracing, um método de renderização que simula o comportamento físico da luz. Defendeu a tese em 2017, com publicações internacionais em periódicos como Computers in Entertainment e The Visual Computer.


“Um grande diferencial da Unifor é a possibilidade de realizar pesquisa aplicada em projetos com empresas. No Lapin, trabalhávamos em projetos de pesquisa em parceria com grandes empresas, como por exemplo, a Ford Motor Company”Daniel Valente, egresso do Doutorado em Informática Aplicada da Unifor

Aqui formamos grandes pesquisadores

É numerosa a lista de contribuições que os programas de pós stricto sensu e de mestrado profissional da Unifor oferecem tanto aos pesquisadores quanto à sociedade cearense. A diretora de Pós-Graduação da Unifor, Christina Praça,  destaca que, ao longo dos anos, têm sido desenvolvidas pesquisas de excelência.

“Muitos desses esses estudos têm sido premiados por contribuírem para a transformação de realidades e para o desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação no Ceará, nas áreas da administração, saúde coletiva, psicologia, enfermagem, direito, informática, odontologia, ciências médicas, ciências das cidades e outras”, ressalta.

Segundo aponta, essas áreas têm avançado com a utilização de novas tecnologias, estratégias de interação social e outros recursos que possibilitam concretas contribuições da pesquisa para o mercado de trabalho e a sociedade. E estrutura de laboratórios e equipamentos não faltam na Unifor.

Além disso, a lista de diferenciais da universidade ainda inclui um amplo portfólio de cursos de pós-graduação lato sensu (aperfeiçoamentos, especializações, MBA e LLM) e de cursos stricto sensu (seis programas acadêmicos com mestrado e doutorado, e cinco mestrados profissionais).


Workshop com a professora Denise Saint, da Universidade de Michigan (USA), no Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (Foto: Ares Soares)

Some-se a tudo isso os muitos cursos de curta duração para possibilitar a formação contínua daqueles que precisam se reciclar de forma mais rápida. “Nosso portfólio de cursos em todos os níveis citados está bem alinhado às necessidades do mercado. Nossos cursos de pós-graduação stricto sensu têm elevados conceitos perante a CAPES”, destaca Christina.

E a estratégia da Universidade é sempre trabalhar com um amplo entrelaçamento entre teoria e prática, além de fomentar o desenvolvimento de soft skills (competências humanas transversais) e um forte direcionamento para a liderança e a responsabilidade social. “O desenvolvimento de projetos e pesquisas de impacto também constituem diferenciais para nossos cursos de lato sensu e programas de stricto sensu”, acrescenta Christina.

Da Unifor, uma tecnologia para ajudar na saúde mental de jovens

Tudo isso é constatado por quem ainda está fazendo pesquisa na Unifor. A enfermeira e mestranda Sara Lívia ingressou na Pós-Unifor há dois anos. “O interesse pela pesquisa veio como forma de aprimorar os estudos, incrementar o currículo e adentrar na pesquisa com jovens universitários através de um projeto multicêntrico entre Brasil, Portugal e Espanha”, conta.

Ela tem pesquisado o comportamento de jovens universitários. Realizou entrevista com 142 alunos e começou a perceber uma fragilidade na saúde mental desses estudantes. Agora trabalha em uma tecnologia eHEALTH, em apoio à promoção da saúde mental desse público.

A ideia é criar um site ligado ao Instagram no qual o jovem terá acesso a vários links, como diário emocional e testes que possam auxiliar a identificar transtornos. “Estamos finalizando”, celebra. “Construir algo que melhore a vida das pessoas pela ciência é mesmo um orgulho!”


“A Unifor, como melhor do Norte e Nordeste, possui professores capacitados e uma boa estrutura de ensino. Além de contar com a ajuda de bibliotecários que irão apoiar o
aluno na pesquisa de artigos. Como pesquisadora, pude aprender na busca de artigos, apreço pela leitura, tradução de artigos em inglês e pude descobrir setores da Unifor que irão apoiar meu projeto, como o Programa de Apoio Psicopedagógico (PAP) e o Núcleo de Atenção Médica Integrada (NAMI)”
Sara Lívia, enfermeira e mestranda da Unifor

Relações fortes da Unifor para futuras pesquisas

A egressa Semíramis Silva Santos acredita que uma das coisas que leva da experiência Pós-Unifor é a construção de relações fortes para seguir pesquisando. Formada em nutrição e ciências farmacêuticas, entrou na primeira turma do Mestrado em Ciências Médicas da Unifor em 2014, com a proposta de pesquisar na sua área clínica. 

Mergulhou então sobre o perfil bioquímico, celular e proteômico do plasma de pacientes com câncer de cabeça e pescoço submetidos a terapia nutricional enteral imunomoduladora no pós-cirúrgico. “A pesquisa foi extremamente relevante do ponto de vista social, clínico, nutricional e sustentável”, acredita.


Semíramis Silva Santos é egressa da Pós Unifor e Gerente de Nutrição do Hospital Haroldo Juaçaba (Foto: Arquivo pessoal)

Através da melhora de determinados parâmetros clínicos e proteômicos dos pacientes que tiveram um suporte com imunonutrientes, foi possível a construção de um protocolo nutricional institucional, conta a egressa. Esse protocolo deve ser seguido pela equipe de Nutrição Clínica aos pacientes internados submetidos à cirurgia da cabeça e pescoço. 

Semíramis destaca que a estrutura da Unifor e seu corpo docente qualificado é louvável e não dá vontade de parar de avançar na pesquisa. Não foi à toa que, em março deste ano, ela defendeu a tese do doutorado em biotecnologia na mesma linha de pesquisa do mestrado da Unifor (câncer do trato gastrointestinal, imunonutrição e proteômica). “Minha experiência na universidade me possibilitou manter relações fortes para futuras pesquisas”, finaliza.