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Ter, 10 Janeiro 2023 11:26

Passaporte expresso para o mercado de trabalho

Certificação intermediária concedida em graduações tecnológicas atesta as competências adquiridas pelo aluno durante o curso e abre portas para começar a atuar em determinadas áreas antes da formatura


Quem opta por um Curso Superior de Tecnologia tem vantagem competitiva temporal, ou seja, já vai ser inserido no mercado profissional com maior rapidez (Imagem: Divulgação)
Quem opta por um Curso Superior de Tecnologia tem vantagem competitiva temporal, ou seja, já vai ser inserido no mercado profissional com maior rapidez (Imagem: Divulgação)

É como dar o primeiro grande passo para se qualificar na carreira escolhida. Se este mundo em contínua transformação exige cada vez mais que desenvolvamos competências profissionais para nos destacarmos, a certificação intermediária concedida nas graduações tecnológicas “vira a chave” para abrir valiosas portas para o mercado.

O certificado não é diploma, é verdade. Mas, com ele, o aluno atesta quais habilidades já adquiriu e as áreas para as quais já está apto para começar a atuar na profissão antes mesmo da formatura. É uma chance de ouro de ir cavando seu espaço enquanto segue os estudos para de fato tornar-se um profissional completo e eficiente. 

“A certificação intermediária em cursos de graduação tecnológica visa conferir ao aluno, bem como à sociedade, uma evidência de que ele já atingiu certas competências dentro do itinerário formativo de seu curso, ou seja, que está apto a atuar na profissão até aquele limite previsto com os adequados conhecimentos, habilidades e atitudes exigidas a um profissional da área”, explica Cristina Maia, Assessora de Desenvolvimento Curricular da Vice-Reitoria de Ensino de Graduação e Pós-Graduação (VRE) da Universidade de Fortaleza.

A Unifor, vinculada à Fundação Edson Queiroz, tem ao menos quatro cursos superiores de tecnologia que oferecem as certificações intermediárias, dispositivos habilitados pelo Ministério da Educação:  Energias Renováveis, Estética e Cosmética, Design de Moda e Marketing. E quem já fez compartilha como o certificado foi fundamental para impulsionar sua vida profissional.

Segurança para atuar e fomentar o negócio da família

Aluna da primeira turma do curso de Estética e Cosmética da Unifor, Raquel Lima hoje é uma tecnóloga empenhada em atualizar e adaptar o negócio da família, um salão de beleza em Fortaleza. Está imersa numa área que nem era sua primeira opção profissional, mas pela qual se apaixonou quando a mãe lhe pediu ajuda para tocar o estabelecimento.

Foi por esta experiência que ela decidiu estudar Estética e Cosmética em uma época que a única certeza que tinha era a de que queria ingressar na Unifor. “Até tinha o curso em outros lugares, mas eu tinha o desejo pessoal de estudar lá”, conta. Na época, sua tentativa de empreender no ramo alimentício não tinha dado certo e aquele pareceu um novo caminho promissor. De fato, foi.

“Sempre tive o sonho de empreender e vi que poderia fazer isso na área da beleza. Pensei: ‘vou trazer para o salão o que ele não tem: a área de estética’”, diz. E então aquilo se tornou um sonho. Raquel tinha certa pressa de ingressar no mercado, e as certificações intermediárias foram fundamentais para conquistar esse objetivo.

Com os certificados à mão, ia incluindo novos serviços de estética no salão e ganhando ainda mais clientela com massagens modeladoras e drenagens, por exemplo. Ela conta que as certificações ajudam os estudantes a ingressarem no mercado cedo e já conseguir algum capital para investir em seus equipamentos e no seu próprio negócio.


“Na Estética e Cosmética, a certificação intermediária traz segurança e respaldo para você atender e desenvolver alguns tratamentos. Você trabalha de forma mais consciente e fica seguro para desenvolver o tratamento, pois você já é certificado de que tem o conhecimento necessário para executar determinadas áreas”Raquel Lima, egressa de Estética e Cosmética na Unifor

Agora, Raquel trabalha em uma espécie de mudança de identidade do negócio familiar: quer converter o salão de beleza numa clínica de estética de fato. “Até a visão da minha mãe mudou. Eu também sou terapeuta capilar, que é a evolução do salão de beleza. Vai ser disponibilizado serviço de salão? Vai. Mas é como se o produto principal não fosse mais isso, e sim a parte da estética”, emenda a tecnóloga.

Para ela, o mercado da estética expandiu muito e os profissionais da área não trabalham apenas com beleza, mas principalmente com saúde. É preciso estar muito atualizado para se destacar no meio e, segundo Raquel, que agora se prepara também para dar aulas na Unifor, a Universidade traz uma série de diferenciais para quem quer fazer carreira na área, como amplo acervo para aprofundar os estudos, professores qualificados, estrutura de laboratórios e oportunidades para facilitar a entrada no mercado.

+ Graduação em Estética forma profissionais alinhados com demandas do mercado

Certificado intermediário em estética corporal, facial e capilar em dois anos

Quem opta pela graduação tecnológica de Estética e Cosmética da Unifor recebe a certificação intermediária ao concluir o segundo ano de curso, explica a coordenadora do curso, Bárbara Karen Matos. Se num primeiro momento o estudante recebia um certificado a cada ano, o diálogo intenso com o mercado trouxe mudanças para oferecer profissionais ainda mais maduros e com uma carga horária robusta.

Com isso, ao final do quarto semestre, o aluno adquire uma certificação intermediária que dá credibilidade para ele começar a atuar numa área mais ampla da profissão. O documento certifica que o aluno está apto a trabalhar como assistente técnico em estética corporal, facial e capilar. “Então ele vê [nestes dois anos] as três principais áreas de atuação do profissional e trabalha todas essas habilidades e competências”, explica Bárbara.

Isso é um prato cheio para quem deseja marcar seu lugar no crescente mercado da estética, que está repleto de possibilidades de atuação. É possível atuar desde as clínicas estéticas aos serviços de pós-operatório de cirurgias plásticas, centros de terapias integrativas e spas.


“São profissionais que têm uma gama muito grande de possibilidades de atuação. E, como na certificação intermediária hoje a gente consegue pegar as três principais áreas – que são os três principais pilares de atuação –, o aluno sai apto a atuar praticamente em todos os âmbitos”Bárbara Karen Matos, coordenadora da graduação tecnológica de Estética e Cosmética da Unifor

Mas não basta a certificação. O último ano do curso também é crucial para formar um profissional de sucesso. Segundo Bárbara, os dois últimos semestres formam um período de integração, no qual são ofertadas disciplinas como as de atendimento, estágio, terapias integrativas e gestão – fundamentais para completar o processo formativo, especialmente para quem deseja montar seu próprio negócio.

“O quinto e o sexto semestres são quando o aluno vai trazer toda a bagagem teórica para aplicar. É um período voltado para a autonomia do aluno”, diz Bárbara.

Um atalho para quem tem pressa em fazer moda

A possibilidade de ingressar mais rapidamente no mercado de trabalho sem perder a garantia de que estará capacitada para atuar foi combustível para que a publicitária Hayana Diniz, de 27 anos, começasse o caminho para se tornar tecnóloga em Design de Moda na Unifor.


Hayana Diniz, egressa da graduação tecnológica de Design de Moda na Unifor (Foto: Ares Soares)

Quando terminou a primeira graduação em Publicidade e Propaganda, ficou em dúvida de como seguir uma trilha que a levasse a um sonho antigo: a moda. Pensou em fazer pós-graduação, mas as dúvidas se dissiparam quando conheceu a graduação tecnológica, metaforicamente um "atalho" de dois anos e meio para alcançar seu objetivo

Na Unifor, Hayana conta que se encantou pela grade curricular e pelos laboratórios. Queria moda e, na Universidade, pode experimentar de tudo. A certificação intermediária recebida antes do diploma lhe deu segurança para arregaçar as mangas e cavar seu espaço no mercado de trabalho. “Às vezes, a gente fica insegura na hora de mandar o currículo. A certificação serve para nos dar mais segurança e também dá credibilidade junto aos empregadores”, diz.

+ Quantos e quais são os laboratórios do curso de Design de Moda?

No fim do ano passado, Hayana concluiu o curso com os pés dentro do mercado. Depois de conseguir ao menos dois estágios durante a graduação em marcas locais com a ajuda de professores do curso, hoje ela trabalha como assistente de estilo e com consultoria de imagem. E não tem receio nenhum de dizer que é personal stylist

“Em Fortaleza e no Nordeste, tem muita oportunidade para o mercado da moda, com muita marca surgindo e muitos eventos, como o Dragão Fashion. Estou ansiosa para me consolidar no mercado e desbravar novas áreas que quero experimentar, como produção de moda, desfiles e ensaios”, conta.

Certificado com potencial de abrir portas

Não é só questão de confiança. A certificação tem o potencial de abrir mesmo as portas do mercado. A coordenadora da graduação tecnológica de Design de Moda, Priscila Medeiros Camelo, explica que o documento é um plus do curso.

Se o aluno cursar todas as disciplinas do primeiro ao terceiro semestre e for aprovado, ele recebe a certificação intermediária de assistente de estilo, que atribui a ele a possibilidade de uma inserção mais rápida no mercado. “O intuito da certificação intermediária é possibilitar que esse aluno, ainda na graduação, tenha uma experiência profissional”, acrescenta.

Com ela, o estudante pode atuar em diversas áreas do Design de Moda como assistente. Quer seguir na área de criação? Dale! Também há caminhos para enveredar pela produção e gestão de marketing na área da moda.


“Um dos principais benefícios da certificação intermediária é porque ela autentica, com a chancela de uma universidade renomada como a Unifor, que aquele aluno está apto para assumir algumas funções. Enquanto outras instituições não trabalham com essa certificação, aqui a gente certifica”Priscila Medeiros Camelo, coordenadora dos cursos de Moda, Design de Moda e Design da Unifor

Priscila lembra que a Universidade também oferece inúmeros diferenciais aos alunos da área, como a infraestrutura com laboratórios modernos, um corpo docente capacitado e muitos projetos que fazem uma ponte de sucesso com o mercado de trabalho.

Um mercado, aliás, que está fervilhando. “A área de Design de Moda é muito variada e versátil, com muitas oportunidades de atuação. A moda é um campo multidisciplinar e interdisciplinar, e aí a gente prepara o aluno para essas oportunidades”, explica Priscila.

Hoje, egressos e alunos da Unifor atuam da consultoria de imagem à criação, mídias digitais, marketing e no empreendedorismo com confecções. Nestas tantas possibilidades, o certificado abre portas e facilita a imersão do aluno no mercado de trabalho.

+ Guia de Profissões: Design de Moda além do glamour

Caminho mais rápido quando se recalcula a rota profissional

A busca por um caminho mais rápido enquanto recalcula sua rota profissional levou Ana Victória Moura, de 22 anos, a deixar um bacharelado por uma graduação tecnológica. Migrou do curso de Nutrição, que cursava há três anos, para o de Estética e Cosmética.


Ana Victoria trocou o bacharelado em Nutrição pela graduação tecnológica em Estética e Cosmética (Foto: Arquivo pessoal)

Na Unifor, ela ainda tentou conciliar os dois cursos, mas no primeiro semestre se apaixonou pela Estética e decidiu focar integralmente na área. Queria poder atuar ajudando pessoas como ela, que têm disfunção capilar por conta de uma alteração genética. E como já havia ouvido falar das certificações intermediárias, sabia que poderia começar a “cavar” um espaço no mercado antes de concluir os três anos da graduação tecnológica.

“Isso foi um diferencial para que eu escolhesse o curso”, revela ela, que já conseguiu dois estágios na área e hoje, no último semestre, realiza também alguns atendimentos como terapeuta capilar. “Como eu já tinha passado três anos na Nutrição, me sentia um pouco atrasada. Poder ter um comprovante para entrar mais cedo no mercado foi algo que me estimulou a trocar de curso e fazer o que eu realmente queria”, diz.

Ana Victoria conta que a certificação intermediária também lhe deu mais confiança para buscar outros cursos complementares na área e a ajudou a sentir, cedo, que era de fato uma profissional. O que ganhava nos estágios e atendimentos, ela ia juntando para se aprofundar ainda mais na área por meio de capacitações. “Este é um mercado que está crescendo e que todo dia tem novidade, então precisamos estar sempre estudando e ter o nosso diferencial”, diz.


“A graduação tecnológica é uma boa oportunidade para quem busca um curso mais rápido e deseja a certificação. O público está mais exigente e o mercado mais competitivo, então com este certificado conseguimos unir a riqueza do conteúdo e a celeridade para entrar no mercado de trabalho”Ana Victória Moura, estudante do curso de Estética e Cosmética da Unifor

As vantagens das graduações tecnológicas e seus certificados

A Assessora de Desenvolvimento Curricular da VRE, Cristina Maia, aponta que a grande vantagem em se optar por uma graduação tecnológica é o tempo de duração dos cursos. “A maioria possui tempo de integralização de dois anos, alguns dois anos e meio, diferentemente dos cursos bacharelados, em que os alunos podem levar quatro ou cinco anos para integralizar toda a carga horária prevista”, explica.

Assim, ela destaca que quem opta por um Curso Superior de Tecnologia (nomenclatura oficial do Ministério da Educação) já sai com essa vantagem competitiva temporal, ou seja, já vai ser inserido no mercado profissional com maior rapidez.

E a oferta da certificação intermediária por algumas universidades brasileiras ganham mais relevância neste contexto. São uma espécie de passaporte para entrar de forma mais ágil no mercado de trabalho.


“Na prática, isso implica que o aluno com certificação intermediária já antecipa seu ingresso no mercado de trabalho, já podendo mostrar o seu potencial de atuação a empregadores, mesmo que em uma função ainda inicial, mas com grandes chances de permanência ao término da graduação”Cristina Maia, Assessora de Desenvolvimento Curricular da VRE