O papel das entidades de classe na profissão do fonoaudiólogo

Atos de associação entre indivíduos e a cultura de se reunir para alcançar objetivos comuns sempre fizeram parte da sociedade. No contexto das profissões e do mercado de trabalho, a união de pessoas que possuem os mesmos interesses e visam assegurar os direitos de suas respectivas áreas de atuação é algo ainda mais presente. 

Conhecidas como entidades de classe, esses grupos – divididos em conselhos, associações, sindicatos, entre outros – regem as profissões e atuam em defesa de seus associados. Tais órgãos, que funcionam como ponte entre profissionais e comunidade, são muito frequentes na área da saúde, como em enfermagem, fisioterapia, fonoaudiologia e medicina.

O principal papel destas entidades é o de representar, na sociedade e perante outras instituições, os profissionais de suas respectivas classes, assim como promover o crescimento e a valorização da área. Essas organizações também reforçam os princípios éticos da profissão às quais estão relacionadas.  

Reconhecimento necessário à profissão 

Ciente da importância dos órgãos representativos da profissão, o curso de Fonoaudiologia da Universidade de Fortaleza, da Fundação Edson Queiroz, trouxe representantes do Conselho Regional de Fonoaudiologia (Crefono) e do Sindicato de Fonoaudiólogos do Estado do Ceará (Sindfono) – entidades que que tratam dos direitos e deveres do fonoaudiólogo – para a reunião com os graduandos de 2022.2 que aconteceu na última terça-feira (6).

De acordo com Fernanda Sampaio, coordenadora da graduação, este é um momento no qual os formandos tiram as dúvidas e aprendem quais obrigações precisam cumprir junto ao Conselho e ao Sindicato. “A reunião é importante para que, ao se formarem, eles consigam ter essa consciência da importância de estar próximo dos conselhos de classe”, afirma.

“Essa proximidade é muito positiva. Nós trazemos os representantes das entidades para esse momento e ao longo da graduação para que os alunos, ao se tornarem fonoaudiólogos e ingressarem no mercado de trabalho, sejam profissionais politizados e conheçam as necessidade da profissão” – Fernanda Sampaio, coordenadora do curso de Fonoaudiologia.

Josafá Leite, presidente do Sindfono, foi convidado a participar do momento e explicou para os alunos o papel do Sindicato na manutenção da fonoaudiologia enquanto profissão. Para ele, a partir do momento que o profissional dá força ao órgão que o representa, fortalece sua classe e evita possíveis divisões dentro da profissão, tornando a categoria ainda mais unificada. 

Fernanda reforça que as entidades de classe da fonoaudiologia trazem o reconhecimento e respaldo necessários à profissão. Segundo ela, o relacionamento com o Crefono e o Sindfono durante a graduação é fundamental para que os alunos entendam as questões relacionadas à atuação do fonoaudiólogo, assim como o que eles devem conquistar enquanto classe. 

Impacto positivo na sociedade

A atuação das entidades de classe se torna ainda mais importante em momentos desafiadores. Durante a pandemia da Covid-19, os fonoaudiólogos ganharam mais visibilidade e passaram a atuar na linha de frente contra o vírus. O destaque aconteceu devido à possibilidade do profissional da fonoaudiologia atuar em diversas áreas – atualmente, o Conselho Regional de Fonoaudiologia reconhece 13 especialidades na profissão, cada uma com subespecialidades.

No combate à pandemia, Josafá explica que o fonoaudiólogo pode trabalhar no momento da extubação (processo de retirada do tubo de pacientes entubados), avaliando se o indivíduo possui condições de se alimentar por via oral. O profissional também pode trabalhar no âmbito relativo ao olfato e/ou paladar, pois os estímulos sensoriais estão envolvidos no processo da alimentação.

“Nos casos em que pacientes relatam perda de memória, o fonoaudiólogo, especialmente os que atuam na área de neuropsicologia, pode atuar no atendimento dessas pessoas” – Josafá Leite, presidente do Sindicato de Fonoaudiólogos do Estado do Ceará (Sindfono).

Em situações nas quais a profissão é cada vez mais requisitada para o bom funcionamento da comunidade, é imprescindível que as entidades de classe caminhem lado a lado com os trabalhadores. Ao atuarem na garantia dos direitos de seus associados, os órgãos representativos reforçam a necessidade de fiscalização e regulamentação das profissões, e permitem que os profissionais exerçam seu trabalho da melhor forma possível, impactando positivamente na sociedade.