O que faz um farmacêutico? Conheça as possibilidades de atuação profissional

O que faz um farmacêutico? Quem não conhece a área, imagina que os graduados no curso de Farmácia só atuam em drogarias, orientando os clientes no uso correto de medicamentos. A realidade, no entanto, é que o campo de atuação desses profissionais é vasto.

Conforme o Conselho Federal de Farmácia (CFF), o farmacêutico está apto a trabalhar em pelo menos 138 especialidades, divididas em 10 linhas de atuação:

  • Alimentos;
  • Análises clínico-laboratoriais;
  • Educação;
  • Farmácia;
  • Farmácia hospitalar e clínica;
  • Farmácia industrial;
  • Gestão;
  • Práticas integrativas e complementares;
  • Saúde pública;
  • Toxicologia.

Em alusão ao Dia do Farmacêutico, comemorado no dia 20 de janeiro, conversamos sobre a profissão com a coordenadora do curso de Farmácia da Universidade de Fortaleza — da Fundação Edson Queiroz — e presidente do Conselho Regional de Farmácia do Estado do Ceará, Arlandia Nobre. Egressos que se destacam em diferentes áreas também compartilham suas experiências.

Conhecendo a área 

A farmácia é uma profissão milenar e o seu agente, o farmacêutico, é um profissional de saúde que atua com um único objetivo: assegurar a qualidade de vida e contribuir para o bem-estar da população.

“Há farmacêuticos atuando na farmácia comunitária, por exemplo, ajudando a racionar os medicamentos, realizando cuidados farmacêuticos e consultas, inclusive identificando e rastreando doenças para posterior encaminhamento aos profissionais cabíveis, além de tratarem transtornos menores mediante prescrição”, esclarece Arlandia. 

Para além da atuação direta com o público, há peritos atuando no desenvolvimento e na produção de medicamentos, seja na indústria ou na farmácia com manipulação. Também há farmacêuticos ajudando na detecção de doenças por meio da realização de exames de diagnóstico e aplicação das análises clínicas.

São muitas opções para quem quer atuar na área, certo? Mas não para por aí, porque também há o farmacêutico hospitalar, que atua na área clínica. “Ainda há pessoas que atuam na vigilância sanitária e na parte do ensino. Então são diversas áreas de atuação, é um campo amplo de oportunidades”, destaca a coordenadora. 

Empreendedorismo farmacêutico 

Formada em 2018.2 no curso de Farmácia da Unifor, Marília Guerra decidiu seguir a profissão inspirada na irmã que também é farmacêutica. “Em 2013, ela lançou um curso sobre produção de produtos farmacêuticos, eu estava no ensino médio e fiz! Fiquei encantada pela área”, relembra.

“Fundei em 2020, com minha irmã farmacêutica, a marca mqSi Suplementos e Cosméticos. Desde então, todo o meu trabalho e esforços são para crescer e consolidar minha marca no mercado, ajudando pessoas a tratarem problemas reais por meio dos meus produtos” — Marília Guerra, egressa do curso de Farmácia da Unifor e CPO do mqSi Suplementos e Cosméticos.

A marca é encarregada da formulação, produção e comercialização dos produtos, patenteados e regularizados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Recentemente a mqSi lançou um produto inovador em cápsula para melasma — uma condição que se caracteriza pelo surgimento de manchas escuras na pele, cuja incidência é grande no Brasil. “Nossa missão é levar mais saúde e beleza por meio de suplementos tecnológicos e inovadores”, finaliza.

Foco na ciência e pesquisa

Grande admirador dos profissionais que atuam na saúde, Igor Gomes ingressou no curso de Farmácia em 2016.1. Antes, ele pesquisou a área e se encantou pelas várias possibilidades de atuação no ramo.

“[Também me encantei] pela missão honrosa que nos é designada: servir e amar. Sempre fui muito curioso e tive admiração pelos cientistas. Talvez isso tenha contribuído fortemente. Recordo que um dos meus sonhos quando criança era criar algo inovador, talvez um medicamento”, relembra o farmacêutico. Seu desejo de criança se concretizou no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), quando desenvolveu uma medicação de uso tópico.

O produto é um gel creme de toque seco, elaborado a partir de uma espécie de cacto do semiárido brasileiro com o uso de biotecnologia. O ativo do fármaco é uma fração mucilaginosa (substância vegetal viscosa), que possui flavonoides e pectina, agindo como anti-inflamatório e cicatrizante.

“A indicação do produto é para o tratamento de diversos tipos de feridas e dermatites, como na dermatite atópica e psoríase, queimaduras solares ou ocasionadas por agentes químicos/físicos, entre outros” —  Igor Gomes, graduado em Farmácia pela Unifor e doutorando em Biotecnologia em Saúde pela Universidade Estadual do Ceará.

Além de desenvolver o medicamento, Igor entrou com pedido de patente que reconhece o esforço do criador e, principalmente, garante direitos e proteção sobre uma invenção: o produto final que contém uma formulação. “Dessa maneira nenhuma empresa pode se apropriar da fórmula. A nossa perspectiva é que alguma indústria farmacêutica e/ou biotecnológica tenha interesse nesse produto, que é inovador”, diz Igor.

O estímulo à pesquisa e à ciência, que deu vazão ao desejo de criar o medicamento, se deu na graduação, quando o então aluno participou de diversos programas educacionais na Unifor. Ele passou pelo Programa de Iniciação Científica, Programa de Monitoria, Liga Acadêmica de Toxicologia e o Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde, do Ministério da Saúde.

“Sempre fui atuante e participativo em tudo, o que me fez crescer de uma maneira incrível como ser humano e profissional. A minha participação nos programas me possibilitaram sair da graduação e entrar diretamente no doutorado. Além disso, desenvolvi um medicamento do qual foi possível realizar o pedido de depósito de patente. Essas foram minhas maiores conquistas, sem dúvidas”, destaca. Além do doutorado, Igor também atua hoje em uma farmácia comunitária, promovendo saúde e cuidados à população.

Saúde pública 

Diferente de Marília e Igor, a egressa Fernanda França Cabral decidiu seguir a carreira na área de Assistência Farmacêutica na gestão pública. Hoje, ela é a coordenadora de Políticas de Assistência Farmacêutica da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará, e acumula títulos de mestre em Gestão em Saúde pela Universidade Estadual do Ceará (UECE) e especialista em Assistência Farmacêutica pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).

“A atuação do farmacêutico é múltipla, e nas disciplinas do curso não é diferente. Da metade do curso em diante, tive várias matérias voltadas para um posicionamento do farmacêutico como gestor e ator ativo na resolução de conflitos, o que exerço até hoje na minha prática de trabalho diária. No meu TCC, sob orientação da professora Analice Carvalho Costa, traçamos o perfil de utilização de medicamentos antimicrobianos em um hospital infantil de Fortaleza” — Fernanda França Cabral, coordenadora de Políticas de Assistência Farmacêutica da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará.

Para ela, o profissional farmacêutico é de suma importância no contexto da saúde pública e ocupa papel determinante e de destaque entre os profissionais de saúde. “O trabalho qualificado na área interfere positivamente na assistência à população, principalmente no que tange ao acesso e ao uso qualificado de medicamentos”, finaliza. 

Oportunidades para quem faz Unifor 

Para formar profissionais preparados para diferentes mercados, a graduação em Farmácia da Unifor conta com um corpo docente altamente qualificado — 100% são mestres e doutores com larga experiência profissional — aliado a uma excelente e moderna estrutura laboratorial, além de cenários de prática vivenciados desde o início do curso.

A coordenadora do curso pontua que a instituição forma os alunos por meio de um tripé, conforme as diretrizes curriculares expedidas pelo Ministério da Educação: cuidado em saúde; gestão em saúde; e inovação e tecnologia.

“Dessa forma, temos ajudado nossos egressos a ocupar outras áreas como, por exemplo, a farmácia estética, a citopatologia e a farmácia veterinária, que visa desenvolver fórmulas farmacêuticas para pets. É interessante que a formação da Unifor permite ter um olhar voltado para as análises toxicológicas também, permitindo a atuação como perito a nível público e privado” — Arlandia Nobre, coordenadora do curso de Farmácia da Universidade de Fortaleza e presidente do Conselho Regional de Farmácia do Estado do Ceará.

Além disso, a Universidade investe em atividades práticas de extensão inseridas na matriz curricular desde o primeiro semestre, que são voltadas para a comunidade e visam a responsabilidade social.

O resultado de uma formação tão diversificada é o alto grau de empregabilidade dos egressos da instituição, conforme ressalta a professora Arlandia. “O mercado de trabalho confia na formação de excelência dos nossos egressos”, finaliza.

Pensando em estudar Farmácia?

Para quem tem interesse em fazer Farmácia na Unifor, o curso está com inscrições abertas para o processo seletivo 2023.1. O bacharelado tem duração de 10 semestres e conta com 55 vagas no turno da manhã.