O mundo do trabalho está em constante mudança e, com ela, a questão organizacional também se transforma junto às exigências buscadas nos profissionais. Em especial, naqueles que assumem cargos de liderança e que gerenciam equipes dentro de uma empresa.

Cada vez mais, o mercado discute quais são as qualidades que formam um bom líder. Há algumas décadas, o mais importante era a preparação formal ou quantos idiomas o candidato deveria falar. Mas, atualmente, as organizações têm reconhecido características para além das técnicas, focando nas qualidades interpessoais. 

Por essa razão, as soft skills - também conhecidas como habilidades interpessoais - têm sido cada vez mais importantes dentro do ambiente corporativo. Ligadas ao comportamento social e a forma de expressão emocional, as soft skills costumam remeter a traços de personalidade, como empatia, comunicação, organização e flexibilidade.

O que são soft skills?

Segundo Carolina Quixadá, coordenadora da Central de Carreiras e Egressos da Universidade de Fortaleza, as soft skills são as habilidades relacionadas ao comportamento humano. “Um ser humano precisa firmar relacionamentos em seu ambiente de trabalho para melhor viver e operacionalizar as atividades para as quais foi contratado”. Como exemplos dessas habilidades, a professora cita criatividade, comunicação interpessoal e resolução de conflitos complexos.

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Quixadá ainda explica que as soft skills são difíceis de serem mapeadas pelos candidatos que buscam uma vaga de emprego ou estágio, além dessa decodificação pelas empresas durante a seleção ser árdua. “Na Central de Carreiras e Egressos da Unifor, ajudamos os nossos alunos a elaborarem currículos que ressaltam, além das suas hard skills, as suas soft skills, para que se sobressaiam em processos seletivos", afirma a professora Carolina.

Competências de um líder 

Sabe aquele ditado “estamos todos no mesmo barco”? Um líder demonstra isso na prática, motivando sua equipe a remar na mesma direção para, assim, chegarem de forma sã, salva e eficiente no lugar almejado. Ele (ou ela) se relaciona bem com sua equipe e proporciona meios para que os demais membros se comuniquem de forma amistosa, clara e assertiva entre si.

E para conseguir desempenhar de forma eficaz tal papel de liderança, as habilidades interpessoais são as mais necessárias dentro do escopo de competências desse profissional. É o que explica a professora Noália de Araújo, mestra e doutora em Psicologia do Trabalho, ao apontar que, ao ter uma postura mais voltada às soft skills, “o líder conquistará um melhor resultado na sua equipe”. 

Ela afirma que os aspectos mais valorizados em um líder que busca melhorar o rendimento do grupo são:

• Resolução de problemas;
• Pensamento crítico;
• Criatividade;
• Flexibilidade;
• Coordenação da equipe;
• Postura que traga mais engajamento.

Relacionamento com a equipe

A partir do momento em que se assume um cargo de líder, o indivíduo tem o poder de influenciar o comportamento de um ou mais liderados; essa capacidade está ligada à habilidade de construir bons relacionamentos. Essa influência poderá ser positiva ou negativa, dependendo somente das intenções e competências do dirigente.

Noália explica que um líder atua em diversas áreas, com métodos e dinâmicas diferentes, mas aquele tipo mais autoritário tem sido visto negativamente pelas empresas, que têm valorizado um modelo mais “leve” de gestão.

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O líder, por si só, inspira e deve ser inspiração, mas dentro de suas características, deve ser mais acessível. Aquele modelo no qual o líder estava sempre no topo tem deixado de existir, pois se tornou visível que essa dinâmica não costuma gerar uma boa relação dentro do ambiente de trabalho.

“Em uma empresa que há bom relacionamento entre líder e equipe, com certeza teremos um bom rendimento. Não quer dizer que é para ser 'frouxo' ou relaxado demais, até porque em todo trabalho você tem metas a serem cumpridas, mas que se tenha um reconhecimento por parte do chefe. O colaborador sempre gosta de ser reconhecido”, ressalta a professora.