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Qua, 28 Setembro 2022 14:50

Pesquisa Unifor: Proteína vegetal contribui para tratamento de dor orofacial

Estudo de pesquisadores da Universidade de Fortaleza teve artigo publicado em periódico internacional de referência em agosto deste ano


A pesquisa tem o objetivo de avaliar potencial de proteína extraída da fruta-pão, a frutalina, em tratamento terapêutico (Foto: Getty Images)
A pesquisa tem o objetivo de avaliar potencial de proteína extraída da fruta-pão, a frutalina, em tratamento terapêutico (Foto: Getty Images)

A Universidade de Fortaleza, instituição de ensino da Fundação Edson Queiroz, contribui com o desenvolvimento de pesquisas para a área da saúde, como é o caso do projeto científico “Desenvolvimento de Nanosistemas a Base de Biopolímeros para Veiculação de Proteínas”, coordenado pelos(as) docentes Adriana Rolim, Ana Cristina Moreira e Angelo Roncalli. A iniciativa avalia o potencial de uma proteína vegetal no tratamento da dor orofacial.

O projeto teve início em 2014 com a avaliação de efeitos analgésicos da frutalina (proteína extraída da fruta-pão) nos modelos experimentais de dor orofacial – na região da cabeça, na face, pescoço, boca ou mandíbula – em animais roedores. Após a realização dos primeiros experimentos, constatou-se que a proteína apresenta boa resposta, mas apenas quando era administrada por via injetável, o que limitaria a utilização clínica.

“A partir desses resultados promissores, nosso grupo desenvolveu uma nanoformulação que permitiu a administração oral da proteína. Repetimos os testes com roedores e o efeito da nanoformulação administrada por via oral foi melhor do que o efeito da frutalina administrada pela via parenteral [injetável]”, explica a professora Adriana Rolim, que é coordenadora de Pesquisa da Unifor.

O estudo foi publicado no último dia 25 de agosto pela editora Springer, responsável por um dos principais periódicos científicos do mundo. Adriana Rolim explica que a publicação de pesquisa na forma de artigos representa a validação da comunidade científica, e os resultados divulgados serão utilizados por outros grupos de pesquisa, o que permite o avanço do trabalho.


“Pesquisas como essa posicionam a Universidade de Fortaleza como geradora de conhecimento na área de pesquisa em fármacos e medicamentos”Adriana Rolim, docente e coordenadora de Pesquisa na Vice-Reitoria de Pesquisa (VRP) da Unifor

Contribuição para a sociedade

As pesquisas desenvolvidas na Unifor têm como um dos objetivos contribuir no avanço e bem-estar da sociedade. Essa iniciativa propõe uma nova oportunidade terapêutica para o tratamento da dor orofacial e abre a possibilidade para a administração oral de outros peptídeos e proteínas, como a insulina.

O projeto é fruto da dissertação de Marina de Barros Mamede no seu Mestrado em Ciências Médicas pela Unifor, orientada pela professora Adriana Rolim. Os experimentos foram realizados no Núcleo de Biologia Experimental (Nubex) e contaram com a participação dos docentes Ana Cristina Moreira, diretora do Nubex, e Angelo Roncalli. Além deles, a pesquisa teve a contribuição de outros egressos do curso e professores de instituições parceiras.

Em virtude do potencial de contribuição social, o projeto científico foi aprovado pelo Programa Emerge Labs Eurofarma no ano de 2019. No total, foram selecionados 16 projetos pela iniciativa. O processo seletivo tem a finalidade de levar pesquisas acadêmicas para o mercado, tendo como foco o desenvolvimento do ecossistema de inovação e saúde. 

Centro de excelência em pesquisa


Núcleo é responsável por diversas pesquisas, como as primeiras cabras transgênicas da América Latina (Foto: Ares Soares)

O Núcleo de Biologia Experimental (Nubex), vinculado à Vice-Reitoria de Pesquisa (VRP), foi inaugurado em março de 2013 com o intuito de produzir novos conhecimentos que respondam aos desafios científicos, biotecnológicos e sociais do Brasil. Atua nas áreas de pesquisa, inovação e desenvolvimento para diversos segmentos, principalmente os da saúde, alimentos, fármacos e educação.

Por meio de uma perspectiva multidisciplinar, são desenvolvidas pesquisas nas áreas de ciências biológicas e vida. Além dessas atividades, como unidade de suporte aos mestrados em Ciências Médicas, Enfermagem e Odontologia e ao doutorado em Biotecnologia da Rede Nordeste de Biotecnologia (Renorbio), também há programas de Pós-Graduação de Institutos de Ciência e Tecnologia (ICTs) parceiros.

As unidades que compõem o espaço trabalham de forma integrada, reunindo características que possibilitam aos pesquisadores, indústria e empresas o desenvolvimento de atividades como:

  • Identificação de compostos com potencial terapêutico sintéticos e presentes na biodiversidade brasileira;
  • Expressão de proteínas recombinantes;
  • Manipulação do genoma de animais para produção de modelos destinados ao estudo de doenças e testes não-clínicos in vitro, in vivo, in sílico;
  • Análise proteômica;
  • Desenvolvimento de formulações farmacêuticas, de sistemas de liberação de fármacos inovadores e métodos alternativos ao uso de animais em laboratório.