null Pesquisadores da Unifor estudam perfil dos afetados pela Covid-19 e os reflexos na saúde pública brasileira

Sex, 6 Novembro 2020 11:17

Pesquisadores da Unifor estudam perfil dos afetados pela Covid-19 e os reflexos na saúde pública brasileira

A pesquisa reúne professores e alunos da graduação e dos programas de pós-graduação em Saúde Coletiva e em Odontologia da Unifor


Alunas vinculados aos programas de pós-graduação em Saúde Coletiva e Odontologia da Unifor (Foto: Arquivo pessoal)
Alunas vinculados aos programas de pós-graduação em Saúde Coletiva e Odontologia da Unifor (Foto: Arquivo pessoal)

Pesquisa realizada pela Universidade de Fortaleza, da Fundação Edson Queiroz, aponta que no Brasil o uso do álcool em gel para higienização das mãos e o isolamento social foram os dois hábitos mais destacados pela população como medidas de prevenção da Covid-19. Outro dado constatado foi o fato de os entrevistados casados ou com união estável possuírem mais prevalência de desenvolver a forma grave da doença em relação aos solteiros, divorciados ou viúvos. Pacientes com o maior número de sintomas clínicos também desenvolveram a forma mais grave. 

Com o tema “Do novo coronavírus SARS-CoV-2 à pandemia do Covid-19: a carga da doença e desdobramento para ações de prevenção em Saúde Coletiva no Estado Brasileiro”, a pesquisa procura identificar o perfil dos infectados e não infectados pela Covid-19, para compreender as causas da infecção e a carga que esta doença pode trazer para a sociedade.

A coleta de dados foi concluída e o grupo de professores e alunos segue analisando os dados para o desenvolvimento de pesquisas com a previsão de término para dezembro próximo e os resultados obtidos serão compartilhados com órgãos e entidades de políticas públicas, como base de pesquisa para o desenvolvimento de projetos e ações que possam suprir as necessidades de saúde dos brasileiros, levando em conta os perfis encontrados.

Realizada por professores e alunos vinculados aos programas de pós-graduação em Saúde Coletiva e Odontologia da Unifor, a pesquisa já aponta alguns resultados sobre os impactos do Covid-19. Os dados foram coletados por meio de questionário online direcionado à população brasileira, e contou com 2.702 contribuições de pessoas com 18 anos ou mais, de 24 unidades federativas e Distrito Federal.

“A maior prevalência de Covid-19 ocorreu nos domicílios com maior número de indivíduos, entre pessoas com companheiro(a) e em usuários de planos privados de saúde. Considerando as relações de trabalho, encontramos mais casos de Covid-19 entre autônomos e empregados com carteira assinada, podendo associar-se a instabilidade econômica durante a pandemia. Não se observou diferenças quanto à renda familiar e aos hábitos deletérios, tais como tabagismo e uso abusivo de álcool”, ressalta Maria Vieira de Lima Saintrain, coordenadora do projeto e professora do mestrado e doutorado em Saúde Coletiva.

“A pandemia da Covid-19 trouxe inúmeros desafios não só para os sistemas de saúde do mundo todo, mas, devido ao isolamento social imposto, tivemos uma série de consequências econômicas, sociais, emocionais e políticas que precisamos trabalhar formas de mitigar esses impactos na vida das pessoas em curto, médio e longo prazo. Tornou-se prioridade analisar a carga de uma nova doença que certamente trará diversas sequelas para as populações”, ressalta a professora Maria Vieira.

“A pesquisa apontou um percentual de 24,3% de casos de Covid-19 no Ceará, sem diferença significante entre os sexos. A faixa etária mais acometida pela doença foi de 30 a 39 anos e o menor percentual foi encontrado na população idosa, com 16,7% dos casos”, informa a coordenadora da pesquisa. 

Os resultados mais recentes da pesquisa apontam informações relevantes sobre como a da renda familiar e o que agrava o nível da doença. Foi analisado que famílias que recebem um ou dois salários-mínimos de renda familiar apresentam 40% de probabilidade de ter a forma grave da Covid-19 em comparação a famílias que recebem mais de cinco salários-mínimos.

Além da professora Maria Vieira, a equipe de pesquisa é formada pelos professores Aldo Dias Angelim, do Programa da Pós-Graduação em Odontologia, e Carina Bandeira Bezerra, do curso de Medicina, e pelas alunas Ana Ofélia Lima, doutoranda do PPGSC, e Débora Rosana Alves e Edla Salles e Jordânia Alves, mestrandas do PPGSC, e Ingrid Cordeiro Monte, mestranda de Odontalgia. 

A pesquisa foi uma das 10 selecionadas pela Diretoria de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (DPDI) para receberem os investimentos necessários para o desenvolvimento do estudo. O grupo de pesquisadores tem como objetivo analisar diferentes situações e tendências da Covid-19, sua distribuição epidemiológica e social, o impacto na saúde das comunidades, enquanto distinguir a carga da doença para o serviço de saúde.