Internação prolongada: saiba o que acontece com o nosso corpo e como evitar complicações

Pesquisa realizada pelo Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS) mostra que pacientes com Covid-19 passam, em média, 22 dias internados, sendo 12 dias em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). 

Os números - coletados desde março de 2020 - também revelam que, em alguns casos, o indivíduo sobrevive à fase crítica da infecção, é encaminhado para outro setor do hospital, mas acaba falecendo em decorrência de possíveis sequelas.

Quando um paciente permanece por mais de 15 dias no hospital, a internação já pode ser considerada prolongada. Após alta, é comum o indivíduo ter dificuldades como andar, comer e tomar banho, por exemplo. Apesar disso, alguns cuidados - antes e após a internação - podem reverter o quadro.

Problemas de mobilidade

A Dra. Fernanda Netto, professora do curso de Medicina da Universidade de Fortaleza, explica o que acontece: períodos prolongados de internação, principalmente quando o paciente fica acamado e precisa fazer o uso de medicamentos sedativos, acarretam problemas relacionados à mobilidade, levando à atrofia muscular, podendo causar lesões nos nervos periféricos e tromboses.

“A falta de uso (dos membros), associada a uma irrigação sanguínea insuficiente - pelo fato de (o paciente) estar o tempo inteiro deitado, na mesma posição, leva à atrofia muscular e lesões nos nervos periféricos. Por causa da atrofia e fraqueza muscular, começa a haver dificuldade em realizar alguns movimentos, especialmente aqueles que necessitam de esforço”. Fernanda Netto ainda explica que pode ocorrer fraqueza na musculatura respiratória, levando a outras infecções. 

Outras consequências da internação prolongada*:

  • Úlceras de decúbito;
  • Desnutrição;
  • Confusão e declínio da função mental;
  • Incontinência;
  • Incapacidade de urinar;
  • Quedas;
  • Falta de sono.

*Fonte: Manual MSD - Versão Saúde para a Família

Cuidados essenciais 

A reabilitação da musculatura, fisioterapia respiratória e motora são cuidados essenciais para serem tomados após um longo período de internação, aponta a Dra. Fernanda. “Também é importante fazer uma adequação da ingestão de alimentos ou até mesmo suplementação nutricional, para recuperar o que foi perdido”.

Fernanda Netto alerta que as consequências podem ser evitadas se no quadro do paciente houver estímulo à movimentação, seja no leito, sentando na poltrona ou realizando caminhadas com apoio no próprio hospital. “A interação entre toda a equipe assistencial, visando otimizar o tratamento e reduzir o tempo de internação é fundamental”, resume.

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