O que faz e como está a demanda por fisioterapeutas em Unidades de Terapia Intensiva

Com a disseminação do coronavírus ao redor do mundo, a atuação do profissional fisioterapeuta tornou-se ainda mais relevante nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Quando o paciente com Covid-19 entra em estado grave e desenvolve insuficiência respiratória, por exemplo, pode ocorrer a chamada “síndrome do desconforto respiratório grave”.

Essa complicação leva o paciente a utilizar ventilação mecânica protetora; o procedimento promove uma troca gasosa adequada enquanto os pulmões encontram-se em um processo inflamatório grave. 

Mas afinal, qual a função do fisioterapeuta nesse contexto? 

De acordo com Guilherme Pinheiro Ferreira da Silva, professor da Universidade de Fortaleza e fisioterapeuta do Instituto Dr. José Frota (IJF), a atuação dos fisioterapeutas na UTI é de alta complexidade e visa garantir o suporte adequado de ventilação e trocas gasosas, principalmente porque há uma grande quantidade de pacientes sob a ventilação mecânica. 

“O processo de ventilação mecânica é estabelecido a partir da intubação do doente e, após a melhora do quadro clínico, o fisioterapeuta participa do processo gradual de retirada da ventilação mecânica, que é o chamado desmame ventilatório”, afirma o professor.

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Guilherme explica que a fraqueza muscular em UTIs também pode ocorrer. “Os pacientes com Covid-19 permanecem muito tempo utilizando medicações que favorecem o aparecimento de limitações neuromusculoesqueléticas. Logo, é comum que ocorram alterações da funcionalidade; no entanto, essa condição pode ser prevenida pelo fisioterapeuta com a implementação de exercícios físicos”, pontua. 

Perspectiva da profissão 

Levantamento realizado entre os meses de março e maio de 2020 aponta aumento de 4480% na procura por fisioterapeuta respiratório, em comparação com 2019. Considerada uma das maiores revistas científicas da atualidade, a The Lancet aponta que uma a cada três pessoas no mundo precisarão receber assistência de fisioterapeutas, o que torna a carreira uma das mais promissoras.

No Ceará, segundo dados do Governo do Estado, atualmente há 3.800 novos leitos para pacientes com Covid-19, espalhados em diversos municípios de todas as macrorregiões. 

O professor Guilherme Silva afirma que há uma grande demanda de fisioterapeutas para que haja assistência de qualidade e contínua aos pacientes em estado crítico. Ele explica que também há necessidade de fisioterapeutas no sistema privado, onde houve aumento na empregabilidade. “É de extrema importância que o fisioterapeuta que deseja se inserir nesse nicho procure realizar uma especialização em terapia intensiva, para aumentar os seus conhecimentos técnicos, científicos e profissionais”, resume.