Ter, 26 Dezembro 2023 11:53

CSE Informa: Conselho Superior de Editoração da Unifor ministra aula para alunos de Medicina

Iniciativa apresentou a Revista RBPS e abordou um novo conceito sobre arte como promoção da saúde

Por: Aliria Aiara Duarte
Conselho Superior de Editoração (CSE)

O conceito de promoção da saúde é algo quase sempre pensado a partir de um viés de cura e cuidado de sintomas e enfermidades, por meio, principalmente, do uso de medicamentos e procedimentos hospitalares. É certo que a saúde anda, e deve permanecer a andar, de mãos dadas com esses critérios, mas, e se a promoção da saúde for pensada para além de questões exclusivamente clínicas?

Nesse contexto, a Revista Brasileira em Promoção da Saúde (RBPS), uma das revistas do Conselho Superior de Editoração (CSE) da Universidade de Fortaleza, da Fundação Edson Queiroz, tem a missão de expandir o corpus de suas publicações, pensando em outras iniciativas para a promoção da saúde, tais como ações integrativas com a arte. 

Essas ações iniciaram-se no Mundo Unifor 2023, com a palestra “Cultura e Arte como Instrumento de Promoção da Saúde”, ministrada por Camila Moreira, coordenadora dos Cursos Básicos de Artes Visuais do Porto Iracema das Artes – um equipamento do Governo do Estado do Ceará.

Após excelente aceitação da palestra pela comunidade acadêmica, a RBPS recebeu um convite da professora Camila Amaral, do curso de Medicina da Unifor, para ministrar uma aula aos alunos do sexto semestre da graduação, na disciplina de Humanidades. O tema abordado foi “Arte como instrumento de promoção da saúde”, contando com a participação de Aliria Aiara Duarte, mestre em Artes pela Universidade Federal do Ceará, e Ana Almeida, doutora em Ciências da Saúde pela Universidade de São Paulo (USP), ambas colaboradoras do CSE. 

Sobre a aula, a editora-chefe e professora Ana Almeida comenta: “percebemos o quanto o fazer na área da saúde se torna mais potente e vivo quando articulado com a arte e expressões do cotidiano, que nos ajudam a ler o mundo e suas especificidades e diversidades”. Assim, compreende-se que outro aspecto relevante é a possibilidade de alunos da medicina terem acesso, como componente da matriz curricular, a outros instrumentos de cuidado, tanto em uma perspectiva de autocuidado quanto na atenção aos usuários e coletivos.

Qual a relação entre arte e promoção da saúde abordada na aula?

As professoras trouxeram diversas referências para os alunos, como o renomado trabalho da médica brasileira Nise da Silveira, que entendia a inclusão, transformação e cura por meio da arte como base para o tratamento de doenças mentais. 

Outro exemplo utilizado foi o do artista Arthur Bispo do Rosário, diagnosticado com esquizofrenia. A maioria de suas obras foi criada utilizando materiais como canecas de alumínio, botões, colheres, madeira de caixas de fruta, garrafas de plástico, calçados e materiais comprados por ele ou por amigos. Para o artista, elaborar esses objetos era uma forma de “não ouvir mais as vozes de sua cabeça”.  

As colaboradoras citaram também a pintora e escultora Lygia Clark, cujas obras propõem uma experiência solitária e uma busca pelo autoconhecimento.

Por meio de diálogo aberto sobre a arte como promoção da saúde do paciente, mas também como um cuidado com o próprio profissional, os alunos se propuseram a explicar quais exemplos de arte usavam ou poderiam vir a usar. “Alguns mencionaram fotografias de algo que os tocavam, ou escrita de relatos em forma de diários. Outros contaram não produzir nada, mas mantinham um consumo constante de arte como músicas, literatura, filmes, etc. E não necessariamente sobre a profissão, mas sobre a vida em geral, algo que os mantivessem sãos”, finaliza Aliria.

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