null Novos hábitos na pandemia: professores e estudantes contam o que mudou em suas vidas

Qui, 22 Outubro 2020 11:02

Novos hábitos na pandemia: professores e estudantes contam o que mudou em suas vidas

Atividades como praticar exercícios físicos e cozinhar contribuem para o bem-estar pessoal


A professora Adriana Rosa, que praticava exercícios físicos no campus da Unifor, levou o treino para casa durante o período de isolamento (Foto: Arquivo pessoal)
A professora Adriana Rosa, que praticava exercícios físicos no campus da Unifor, levou o treino para casa durante o período de isolamento (Foto: Arquivo pessoal)

O período de isolamento social gerado pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19) ocasionou mudanças significativas no cotidiano. 

Estar em constante contato com a família ou aprender a conviver com a própria companhia, incentivou diversas pessoas a adotarem novas práticas e atividades para tornar o dia a dia mais confortável e favorecer o bem-estar pessoal.

Pensando nisso, professores e estudantes da Universidade de Fortaleza, instituição da Fundação Edson Queiroz, destacam como os novos hábitos foram essenciais para ajudar a enfrentar os desafios do momento. Confira a seguir:

Larissa Gomes, estudante do curso de Jornalismo

Para Larissa Gomes, 22, aprender sobre maquiagem melhorou sua autoestima. “Eu não sentia curiosidade em aprender antes da quarentena porque sempre tinha alguém próximo a mim para me maquiar. Durante o isolamento, eu vi que precisava aprender sozinha, pois mesmo que eu não fosse sair, eu queria ficar bonita para mim mesma. Nas lives, por exemplo, aos sábados e sextas-feiras, eu sempre estava aplicando novas técnicas em mim. Hoje consegui fazer até um curso de automaquiagem”, conta.

A jovem estudante comenta que aprendeu as técnicas sozinha, desde o preparo da pele ao uso de ideias inovadoras para embelezar os olhos que, com o uso da máscara de proteção, ficam em evidência. “Aprendi a fazer uma boa preparação de pele, um bom esfumado, técnicas que admiro na maquiagem e que as uso no meu dia a dia. Fui influenciada bastante pelas redes sociais e tutoriais, principalmente pela influencer Mariana Saad, ela tem vários vídeos para iniciantes. Aprendi a maioria das técnicas que gosto em mim com ela”, completa.

Larissa ressalta a importância que tem o ato de se automaquiar. “Vejo a maquiagem como algo feito para você. Quando você faz a sua própria maquiagem, você já sabe aquilo que gosta e sabe o que quer. É importante também saber que você é bonita sem maquiagem, e ela só agrega a sua beleza, só acrescenta. Este período de aprendizado foi relevante na minha vida, pude me conhecer mais, entender o que eu gostava e o que eu não gostava na maquiagem que muitas vezes só usava porque todos achavam bonito. Quando eu aprendi, comecei a usar aquilo que acho que fica legal em mim e o que eu gosto”, enfatiza.

Alessandra Oliveira, professora do curso de Publicidade e Propaganda

Alessandra Oliveira, professora do curso de Publicidade e Propaganda, conta que o hábito inserido na rotina foi o de fazer pão caseiro. “Durante a quarentena já não íamos mais diariamente comprar pão na padaria. Então, meu marido aprendeu a fazer pão, por meio de alguns vídeos no YouTube. Os pães são de longa fermentação, às vezes demora um dia para ficar pronto. É bem diferente, um pão de melhor qualidade e mais natural, pois você sabe a origem”, completa.

A professora relata a experiência em acompanhar a receita, utilizar ingredientes orgânicos e consumir um alimento mais natural. “Eu não costumava comer muito pão, mas passei a comer porque este me interessava. Uma ou duas vezes na semana, ele faz e aí nós comemos um pão mais natural, compramos uma farinha orgânica e ele faz pão carioquinha, pão de leite, italiano, focaccia. Foi vantajoso também para o meu bebê, Jonas, que completou um ano e quatro meses, agora ele pode comer o pão que o pai faz. É sem conservantes, sem açúcar, sabemos a procedência e o que tem na composição. É legal ver a experiência, o pão crescer. Acho que foi um ganho”, comemora. 

Heitor Oliveira, estudante do curso de Direito

Durante o isolamento social, Heitor Oliveira, 22, se dedicou ao hábito de cozinhar. Ele conta que raramente cozinhava, mas o período da quarentena o impulsionou. “Eu achava muito trabalhoso, principalmente o pós, de ter que lavar a louça. Com isso, eu já desistia. Mas, na quarentena, sem nada para fazer, eu comecei a me interessar por receitas”, comenta ele.

O estudante destaca suas receitas favoritas: “macarrão com um molho de queijo gorgonzola e um doce de banana. O macarrão, minha avó fazia muito quando eu era pequeno, há um tempo eu não comia. Em um final de semana eu assisti a um filme, então lembrei e fiz”, completa. 

Ainda segundo Heitor, o novo hobbie foi e ainda permanece sendo positiva para a sua rotina. “Tem dias que não me sinto bem e sem coragem para fazer qualquer coisa, mas principalmente nas sextas e finais de semana que eu faço essas receitas, me faz desligar um pouco do mundo e fico só naquele momento, ouvindo alguma música”, relata.

Adriana Rosa, professora do Centro de Ciências Tecnológicas 

Professora de química dos cursos de Engenharia pertencentes ao Centro de Ciências Tecnológicas (CCT) da Unifor, Adriana Rosa conta que a sua relação com os exercícios físicos iniciou ainda na escola. “Porém, somente na fase adulta eu fui me envolvendo com atividade física. Na Unifor, comecei no funcional, participava de rachas de vôlei de quadra e até de areia. Com o tempo, conheci uma assessoria de corrida que até hoje estou. Tem sido maravilhoso correr!”, afirma.

Entretanto, durante a quarentena, o hábito de fazer exercícios físicos passou por algumas modificações. “Foi muito difícil manter a rotina de treinos e um grande problema era não poder sair de casa. As assessorias não estavam autorizadas para funcionar e nem academias. Eu segui à risca e nesse período fiquei em casa. Adotei o hábito de treinar com atividades funcionais virtuais, não foi fácil. Fiz um tipo de funcional por meio da assessoria de corrida ao qual faço parte”, relembra a professora. 

Adriana destaca sobre como a prática, mesmo de forma virtual, auxiliou para mantê-la em bom equilíbrio mental. “A prática dos exercícios físicos auxiliam na produção de endorfina e serotonina, me sentia disposta e ativa. Além disso, me permitiu que eu não ficasse ansiosa, ajudando no meu sono. Tudo isso foi positivo para que eu pudesse também ministrar minhas aulas com tranquilidade e entusiasmo. Sempre otimista. A prática de exercícios nos proporciona sensações como essas”, encerra.