null Novembro é marcado por altas nas bolsas de valores

Ter, 12 Dezembro 2023 09:18

Novembro é marcado por altas nas bolsas de valores

Na China, o FMI revisou para cima suas projeções de crescimento para 2023 e 2024, prevendo um crescimento de 5,4% e 4,6%, respectivamente.


A inflação, tema macroeconômico relevante, apresentou desaceleração nos Estados Unidos (Foto: Pexel)
A inflação, tema macroeconômico relevante, apresentou desaceleração nos Estados Unidos (Foto: Pexel)

O Boletim de Mercado de Capitais, elaborado pelo curso de Finanças da Universidade de Fortaleza, tem como propósito trazer informações da seara financeira e análises dos principais fatos do mundo dos investimentos, em escala global, nacional, e especialmente do mercado financeiro cearense.

Mercado de Capitais Internacional

O Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA cresceu 5,2% no terceiro trimestre de 2023, superando as expectativas dos analistas que era de 5,0%. O aumento reflete a elevação do consumo dos americanos, investimento privado no campo positivo, além dos avanços observados nas exportações e gastos governamentais, indicando uma expansão sólida da economia americana. A inflação, tema macroeconômico relevante, apresentou desaceleração nos Estados Unidos, marcando o menor nível anual desde o início de 2021, de acordo com o índice "preferido" do Federal Reserve (FED).

Na Zona do Euro, a taxa de desemprego ficou estável em 6,5% em outubro, mantendo o patamar de setembro. As bolsas europeias encerraram em alta, impulsionadas pela expectativa de cortes de juros pelo Banco Central Europeu (BCE) em 2024, após a desaceleração mais forte do que o esperado na inflação ao consumidor da zona do euro. A leitura preliminar do índice de preços ao consumidor indicou avanço de 2,4% em novembro, levando analistas a preverem possível relaxamento monetário em junho de 2024.

Na China, o FMI revisou para cima suas projeções de crescimento para 2023 e 2024, prevendo um crescimento de 5,4% e 4,6%, respectivamente. A revisão otimista reflete a recuperação pós-pandemia, apesar dos desafios persistentes enfrentados no setor imobiliário.

Durante o mês de novembro, as bolsas mundiais foram positivas, com o Nasdaq, S&P500 e Dax subindo 10,7%, 8,9% e 9,5%, respectivamente, enquanto o VIX, conhecido por ser o “índice do medo”, caiu 28,7%. 

Quadro 1 - Comportamento dos principais índices e ativos pelo mundo (Novembro/2023)

Índice / Ativo

País / Mercado

Variação (%)

Mês

Ano

12 meses

DJI

EUA

8,77

8,46

3,94

S&P 500

EUA

8,92

18,97

11,95

Nasdaq 

EUA

10,70

35,92

24,05

Dólar

Forex

-2,27

-6,91

-5,10

Bitcoin

Investing.com

8,8

128,0

119,7

Fonte: Valor Data; Investing.com


 

Mercado de Capitais Nacional

A taxa de desemprego no Brasil surpreendeu positivamente, atingindo 7,6% no trimestre encerrado em outubro, a menor desde fevereiro de 2015. Com uma população ocupada de 100,2 milhões, a pesquisa do IBGE revelou aumento de 0,9% em relação ao trimestre anterior, refletindo tendência de crescimento no mercado de trabalho. A população desocupada atualmente é de 8,3 milhões, o que representa queda de 3,6% em comparação com o trimestre anterior.

Na seara da inflação, o IPCA registrou desaceleração em outubro, atingindo 0,24%, ligeiramente abaixo dos 0,26% de setembro e das projeções dos analistas (+0,29%). A taxa de inflação acumulada dos últimos doze meses ficou em 4,82%, enquanto a inflação no ano 2023 (janeiro a novembro) foi de 3,75%, indicando cenário de moderação nos índices de preços ao consumidor.

Neste contexto de menor inflação, o Comitê de Política Monetária (Copom) segue implementando cortes da taxa básica de juros (Selic), de forma que o cenário benigno na condução da inflação e juros vêm refletindo na bolsa de valores. Em novembro, o principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, registrou alta de 12,5% e o dólar anotou queda de 2,3%.

Quadro 2 - Comportamento dos índices no Brasil (Novembro/2023)

Índice

Variação (%)

Mês Ano 12 meses

IBOV

12,54

16,03

13,20

IFIX

0,66

10,79

10,79

IEE

10,47

13,07

10,15

SMLL

12,46

9,41

6,11

ISE

15,06

12,39

7,48

Fonte: Valor Data; Investing.com


 

Quadro 3 – Melhor desempenho no Ibovespa (Novembro/2023)

Ação

Ticker

Variação

Preço

Magazine Luiza

MGLU3

+51,88%

R$ 2,02

Marfrig

MRFG3

+50,46%

R$ 9,72

CSN

CSNA3

+46,28%

R$ 16,42

CSN Mineração

CMIN3

+43,25%

R$ 7,16

BRF

BRFS3

+37,39%

R$ 14,66

Fonte: Infomoney.com


Quadro 4 – Pior desempenho no Ibovespa (Novembro/2023)

Ação

Ticker

Variação

Preço

3R Petroleum

RRRP3

-7,58%

R$ 29,98

GPA

PCAR3

-7,46%

R$ 3,35

São Martinho

SMTO3

-6,57%

R$ 33,12

Cemig

CMIG4

-5,71%

R$ 11,07

PetroRecôncavo

RECV3

-4,53%

R$ 19,80

Fonte: Infomoney.com

Índice de Ações Cearenses (IAC)

O Índice de Ações Cearenses (IAC) no mês de novembro obteve alta de 9,21%, enquanto o Ibovespa no mesmo período apresentou alta de 12,54%. No acumulado do ano, o IAC apresenta baixa de 5,20%, enquanto o Ibovespa apresenta alta de 16,03%. No retorno acumulado dos últimos 12 meses, o IAC apresentou desvalorização de 3,43% enquanto o Ibovespa subiu 13,20%.

Neste mês, das nove ações que compõem o índice, a maioria apresentou desempenho positivo, com destaques para: HAPV3 com valorização de 18,43%, PGMN3 com valorização de 13,33% e BRIT3 com valorização de 8,91%. Do lado negativo, merece atenção a ARCE, com queda de 1,64%.

Veja mais sobre o IAC clicando aqui.

Ação estudada do mês: PAGUE MENOS (PGMN3)

a) Análise fundamentalista

Quadro 5 – Indicadores fundamentalistas

Indicador

Resultado

Índice P/L

11,40

Índice P/VP

0,75

DY - Dividend Yield

5,25%

Fonte: TradeMap 
Posição: 05.12.2023

Índice P/L é calculado a partir do preço da ação dividido pelo lucro por ação anual do ativo. Ele representa o quanto o mercado está disposto a pagar pelos ganhos de uma empresa. No caso da PGMN3, o P/L é igual a 11,40.

O índice P/VP é obtido após a divisão entre o preço do ativo e o valor patrimonial da empresa. No caso da PGMN3, o valor do P/VP de 0,75 indica que o preço de negociação do ativo está abaixo do seu valor patrimonial.

Para se obter o cálculo percentual do Dividend Yield de uma empresa deve-se dividir o valor de dividendos pagos durante um determinado período pelo preço da ação, antes da distribuição de dividendos e multiplicar por 100. Através do DY é possível entender a relação entre os dividendos que a empresa distribuiu e o preço atual da ação da companhia. O DY da PGMN3 é 5,25%.

Vale ressaltar que a empresa abriu o capital no segundo semestre de 2020 no segmento do Novo Mercado (nível mais alto de governança corporativa) e vem focando na sua desalavancagem no curto prazo, além da extração de sinergias da aquisição da Extrafarma.

b) Análise técnica

Gráfico 1 – Gráfico diário PGMN3



No BMC de abril de 2023 o gráfico mostrava o ativo em tendência de baixa reforçada pelo rompimento do suporte em torno de R$ 4,20 e R$ 4,70 (linha vermelha). Na sequência, o ativo seguiu a tendência de baixa, deixando um novo suporte próximo a R$ 2,60 (linha verde) com o indicador IFR indicando sobrevenda.

Ao longo do segundo semestre de 2023 o papel tenta romper a resistência sob a forma de uma LTB (linha amarela) na faixa de R$ 3,60, enquanto o IFR indica uma divergência demonstrando a falta de interesse comprador e fazendo com que o ativo retome sua tendência de baixa.

Por outro lado, o HMACD, saindo do campo negativo para o positivo, sugere uma continuidade da tendência de alta primária em busca de testar novamente a resistência na faixa de preços entre R$ 4,20 e R$ 4,70.

Equipe de elaboração

Professores

  • Prof. Luiz Fernando Gonçalves Viana
    Economista - Corecon-CE n. 2.718-9
    CNPI-P – n. 3122
     
  • Prof. Allisson David de Oliveira Martins
    Economista - Corecon-Ce n. 3221
    CNPI – n. 3810
     
  • Prof. Ricardo Aquino Coimbra
    Economista - Corecon-Ce n. 2575
    CNPI – n. 101/00 

Alunos

  • Artur Sampaio Pereira - Ciências Econômicas
  • Matheus Santiago de Oliveira Tavares - Ciências Econômicas
  • Vicente Aníbal da Silva Neto - Ciências Econômicas