null A voz e a vez da Fonoaudiologia: 40 anos de história

Seg, 18 Março 2024 10:16

A voz e a vez da Fonoaudiologia: 40 anos de história

Há quatro décadas, o curso exporta profissionais de excelência, a partir de formação que alia teoria e prática com estrutura de ponta. Da Unifor, saem fonoaudiólogos preparados para atuar em múltiplas áreas e transformar vidas


Curso de Fonoaudiologia da Unifor completa 40 anos com destaque no mercado regional e nacional pela formação de excelência (Foto: Ares Soares)
Curso de Fonoaudiologia da Unifor completa 40 anos com destaque no mercado regional e nacional pela formação de excelência (Foto: Ares Soares)

Eles têm um papel importante na arte de cuidar e reabilitar, seja nos primeiros anos de vida, na fase adulta ou na velhice. Cada vez mais especializados e imersos no desenvolvimento tecnológico, os fonoaudiólogos estão presentes nos hospitais, nas clínicas, no home care e nas empresas, conquistando mais espaços enquanto trabalham prevenção e terapia, auxiliando na melhora da comunicação à deglutição. Estes profissionais são, em sua essência, responsáveis por transformar vidas.

Se hoje o Ceará tem fonoaudiólogos de excelência atuando nesta área que cresce a uma velocidade considerável, a oferta nem sempre foi assim. Há 40 anos, a Universidade de Fortaleza, vinculada à Fundação Edson Queiroz, abriu a graduação em Fonoaudiologia justamente para responder à demanda de um mercado que importava profissionais de outras regiões do Brasil, se consolidando como o primeiro curso da área no estado

"O primeiro vestibular para Fonoaudiologia ocorreu em março de 1984, e a primeira turma foi formada por 43 alunos", rememora a coordenadora do curso, Silvia Capistrano. Desde então, as especialidades se multiplicaram, a tecnologia evoluiu e a Unifor abraçou as mudanças para formar turmas pautadas nas evidências científicas e nos avanços tecnológicos.

O mercado cresceu e se aprimorou. Agora, todos os anos, a instituição forma fonoaudiólogos aptos a realizar intervenções relacionadas aos distúrbios da comunicação humana, da deglutição, do equilíbrio e do aperfeiçoamento dos padrões de fala e voz. Tudo com muita responsabilidade social e ambiental.

São quatro décadas exportando profissionais de excelência, a partir de uma formação que alia teoria e prática com uma estrutura de ponta. Daqui saem fonoaudiólogos preparados para transformar vidas. Alunos e egressos reconhecem o papel crucial da Universidade na sua formação e compartilham o carinho e a relevância que a Unifor adquiriu em suas vidas profissionais e pessoais ao longo das décadas.

De discente a docente e as valiosas décadas na Unifor

Fazia pouco mais de um ano que o curso de Fonoaudiologia havia sido criado, quando Denise Klein se matriculou na graduação. Era uma jovem curiosa e estava interessada em se apropriar ao máximo das áreas de atuação do curso da Unifor, pioneiro na área no Ceará. Queria compreender o mercado de trabalho aberto para profissionais em formação nos distúrbios da comunicação humana.

Foi no bloco H onde tudo começou. Denise lembra das aulas de anatomia desenhadas com esmero pelas mãos do doutor Morano, um de seus professores. Recorda-se dos laboratórios de anatomia, histologia e biologia, e de como o serviço de fonoaudiologia do Núcleo de Atenção Médica Integrada (NAMI) começou a ser evidenciado como campo de práticas, sendo a clínica escola uma referência nacional pela estrutura e avanços tecnológicos – destacando a área da audiologia.

"Já no primeiro ano de graduação, tive o prazer em participar do grupo de pesquisa em epidemiologia, juntamente com as doutoras Zélia Rouquayrol e Fátima Veras. Na oportunidade, também fiz estágios extracurriculares nas quatro grandes áreas da fonoaudiologia, fui monitora e, em 1989, me graduei em Fonoaudiologia. De imediato, entrei para o mercado de trabalho", lembra.

Denise ficou maravilhada com as possibilidades que se abriam. Em 1990, fez um aperfeiçoamento clínico no Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC/Centrinho), em Bauru, São Paulo. Assim que retornou, tornou-se docente do curso de Fonoaudiologia da Unifor. Aceitou o cargo com euforia e confiança e segue nele até hoje, mais de três décadas depois.

"A Unifor representa para mim um porto seguro como referência de aprendizado e profissionalismo. Cresci muito, construí meu alicerce profissional, concluí especialização e mestrado, fiz amigos, compartilhei sementes de conhecimentos com meus alunos, aprendi e colaborei com o time de grandes mestres que fizeram e consolidaram a Fonoaudiologia na Unifor, no Ceará, no Brasil e no mundo" – Denise Klein, docente da Unifor

Ao longo do tempo, ela viu a Universidade avançar por meio da pesquisa e extensão, com as parcerias em ações multiprofissionais, como o projeto de extensão FonoOdonto, que envolve atuação interdisciplinar da Fonoaudiologia e Odontologia na clínica infantil e prótese dentária. Assistiu ao crescimento das ligas acadêmicas e dos grupos de estudos. Também testemunhou o curso abraçar a primeira empresa júnior de fonoaudiologia do Brasil, a CEFONO.

"Nossa história vem sendo desbravada no Estado do Ceará desde os anos 1980, sediando o primeiro Congresso Internacional de Fonoaudiologia. Na década de 1990, foi instituído o Sindicato dos Fonoaudiólogos (Sindfono), referência no Nordeste e o segundo do país. No início da década de 2000, foi criada a Cooperativa de Fonoaudiologia do Estado do Ceará (Coopefono)", elenca. 

Décadas depois de ingressar na graduação com toda a curiosidade do mundo, Denise vê um mercado de trabalho em expansão na área, com o aumento da empregabilidade e a criação de novas tecnologias, e está feliz em fazer parte de uma história de 40 anos que lança para a sociedade fonoaudiólogos dedicados. "O curso de Fonoaudiologia da Unifor é destaque na formação de profissionais de excelência, comprometidos com a saúde da comunicação humana", diz.

Sair da graduação preparada para transformar vidas

Maria Christina Câmara Benevides Xerez tem 45 anos e caminha pelo Núcleo de Atenção Médica Integrada (NAMI) com o sonho de fazer a diferença na vida dos pacientes. Foi ali que a estudante do oitavo semestre de Fonoaudiologia realizou seus primeiros atendimentos supervisionados como futura fonoaudióloga.

Ela já atendeu bebês e adultos nos estágios que realizou em hospitais, e todas as suas experiências lhe mostraram que a profissão deve abraçar o cuidado, a atenção aos detalhes e um amor pelo aprendizado que, para ela, só cresce. Cinco anos mais velha do que o curso que escolheu, ela vê na trajetória de ambos muitos motivos para celebrar.

A Fonoaudiologia é, na verdade, um sonho profissional que Christina começou a realizar há muitos anos, em 1998. Mas foi interrompido porque precisou trancar a universidade para trabalhar com a mãe em um negócio familiar. Só duas décadas depois, enquanto refletia sobre a vida em uma longa romaria no município cearense de Canindé, sentiu que precisava agarrá-lo de volta.

Foi aí que conseguiu voltar à graduação na Unifor. "Hoje estou aqui no último semestre, cada vez mais encantada com a fonoaudiologia. Vejo tudo como um milagre na minha vida", celebra a concludente, que se formará no ano em que a graduação completa quatro décadas.

No final de um curso que não poupou esforços para se adaptar às mudanças do mercado, a fim de formar profissionais de excelência, Christina diz que suas expectativas para o futuro são enormes. "Estou me graduando aos 45 anos com muita energia e com uma vontade de fazer a diferença na vida dos meus pacientes", afirma. Ela sente que deixará a Universidade com a melhor formação possível. "Quero sair da graduação preparada para reabilitar e transformar vidas", diz.

"Os professores da Unifor são maravilhosos, capacitados, amam o que fazem e possuem tantos dons e talentos; sou muito grata a cada um deles. A estrutura da Universidade para aulas práticas, os laboratórios, o NAMI e tudo o que ela oferece para nós, alunos, é extremamente rico e diferenciado" – Maria Christina, aluna de Fonoaudiologia

Uma sólida base com teoria e prática para empreender

Desde os tempos de colégio, Rilke Costa queria exercer uma profissão na área da saúde, e depois de assistir a uma palestra ministrada por uma fonoaudióloga, decidiu seguir por este caminho. O ano era 1997, e a Unifor era a única instituição que oferecia o curso em sua matriz curricular. "Quando entrei na universidade, passei a ter um conhecimento ainda maior da abrangência da área e do nível de importância que ela possui, o que gerou uma expectativa de ser uma profissão com grande perspectiva de crescimento", conta.

Durante sua jornada universitária, Rilke conheceu Raquel Lobo, colega de profissão que se tornou sua esposa e com quem tem dois filhos, além de muitos professores que o auxiliaram no ensino e nas decisões para o futuro. Hoje, os dois fonoaudiólogos têm empresas com atuação na área.

Raquel realiza atendimento infantil voltado para crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e outros transtornos de desenvolvimento, enquanto Rilke tem a CLIFONO, empresa que presta serviço a outros negócios na área da saúde ocupacional, campo em que atua desde que se formou. "Vivemos da fonoaudiologia graças a todo empenho e estímulo que tivemos na Universidade", conta ele, que também atua há 15 anos no Grupo Aço Cearense.

A primeira experiência profissional do egresso foi em uma consultoria nacional que prestava serviços na área de saúde e segurança do trabalho. Nela, o fonoaudiólogo aprendeu a atuar ao lado de médicos, engenheiros e advogados, com uma visão multidisciplinar e totalmente voltada para a saúde do trabalhador. 

Esta vivência, aliada aos conhecimentos adquiridos na graduação, o levou a construir sua empresa. "Na Universidade de Fortaleza, tive a base principal para poder me desenvolver na minha área de atuação. Com as experiências, fui aprimorando esses conhecimentos", conta.

"Na minha visão, a Unifor sempre esteve na vanguarda do ensino em nosso estado. É uma universidade que oferece estrutura de ponta, um grande acervo bibliográfico (na minha época, o mundo digital ainda não estava tão acessível como hoje), além de laboratórios bem estruturados e, claro, um corpo docente qualificado" – Rilke Costa, egresso do curso de Fonoaudiologia

Para Rilke, nas mais diversas fases de uma graduação que agora celebra 40 anos, os alunos têm recursos para obter um grande e valoroso aprendizado. Com isso, destaca, também têm grandes chances de sucesso no mercado de trabalho. Ele pontua ainda que este mercado mudou bastante nos últimos anos, colocando o profissional da área de fonoaudiologia em uma posição de reconhecimento cada vez maior em diversos campos de atuação.

"O fonoaudiólogo passou a ter um papel preponderante nas equipes de habilitação e reabilitação. Na minha área de atuação, este profissional é fundamental e pode trabalhar em diversos âmbitos, sendo consultor, perito, compondo equipes de saúde ocupacional sendo gestor de Programas de Conservação da Audição", encoraja.

Um curso plural e em constante movimento

O mercado de fonoaudiologia mudou muito nas últimas quatro décadas. Quando a Universidade de Fortaleza criou a graduação, eram apenas quatro especialidades. Agora, são cerca de 16, passando por audiologia, gerontologia e fonoaudiologia hospitalar.

Atualmente, o atendimento na área hospitalar, por exemplo, está bastante aquecido. O aumento de diagnósticos de pacientes com TEA e mesmo o envelhecimento maior da população demandam mais fonoaudiólogos, que podem contribuir muito para o bem-estar desses indivíduos.

Neste contexto de mudanças na sociedade e mesmo no avanço tecnológico, o curso da Unifor também abraçou mudanças. "A graduação é plural e oferece um mundo de possibilidades. São diversos campos de trabalho e áreas de atuação", destaca a coordenadora Silvia Capistrano. "Hoje, o curso de Fonoaudiologia localiza-se no mercado cearense como o melhor da área, alcançando não somente destaque regional como também nacional", complementa.


Corpo docente do curso de Fonoaudiologia da Unifor (Foto: Ares Soares)

Silvia faz parte desta história. Fez graduação e pós-graduação na Unifor e compartilha tudo o que aprendeu há pelo menos 24 anos como professora da Universidade. "Foram várias as experiências, sempre repletas de muito aprendizado e orgulho, e reafirmo o orgulho por fazer parte e ter a Unifor na minha história de vida não só profissional, mas também pessoal", celebra.

Mas, afinal, quais as principais vantagens e diferenciais que a instituição oferece para que seus alunos tenham sucesso na fonoaudiologia?

  • Corpo docente extremamente qualificado e de referência no mercado de trabalho;
  • Prática desde o início do curso;
  • Ter o NAMI (clínica escola) para realização de práticas, com espaços e laboratórios modernos e instrumentalizados, e ainda ser esse um local de referência no atendimento fonoaudiológico no Estado;
  • Currículo atualizado e voltado para atender as necessidades do mercado de trabalho.

"Ao longo do tempo, o curso evoluiu, sempre atento e buscando capacitar os alunos para uma formação generalista e humanista, atendendo às necessidades do mercado. Para isso, realizou várias mudanças na matriz curricular. O mercado está bastante aquecido, e os índices mostram uma altíssima empregabilidade" – Silvia Capistrano, coordenadora do curso de Fonoaudiologia